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Dom Maksym Ryabukha com jovens ucranianos Dom Maksym Ryabukha com jovens ucranianos 

Da Ucr?nia a Roma para viver o Jubileu e respirar "o sopro da vida"

Os jovens que chegaram do pa¨ªs do leste europeu devastado pela guerra para participar do evento jubilar a eles dedicado encontraram em seu encontro com a Igreja a solidariedade e as ora??es dos jovens de todo o mundo. Pe. Ryabukha: "Eles encontram algu¨¦m com quem podem compartilhar a dor, o desespero e o desejo de construir."

Svitlana Dukhovych ¨C Vatican News

Chegar a Roma, apesar de tudo. Apesar do espaço aéreo fechado desde o início da invasão russa, apesar das sirenes de ataque aéreo e dos ataques durante as viagens de ônibus e trem, e apesar das paradas forçadas na fronteira, bloqueados até mesmo por mais de 10 horas. Apesar de tudo isso, os jovens ucranianos não queriam perder o Jubileu a eles dedicado, enquanto continuam preocupados com suas famílias e amigos em casa.

O sopro da vida

"O Jubileu dos Jovens", explicou à mídia vaticana dom Maksym Ryabukha, exarca greco-católico de Donetsk, que acompanhou os jovens em sua viagem a Roma, "é um momento em que os jovens de todo o mundo fazem comunidade, fazem Igreja. Mas, para esses jovens ucranianos, é também um momento de encontro com aqueles que lhes dizem: 'Nós os apoiamos e, com vocês, esperamos e desejamos a paz'". Estes dias de Jubileu são para eles um momento em que "eles podem respirar o sopro da vida", explica o bispo. Onde vivemos, onde bombas explodem diariamente, somos esmagados pela injustiça perpetrada contra a vida humana. Por isso, é importante que eles encontrem alguém que possa indicar as razões da vida. Ao encontrar Deus, também se pode compartilhar esse encontro com os outros. Muitos dos jovens aqui vêm de zonas de guerra, onde é impossível dormir em suas próprias casas porque há drones que matam, que explodem casas e carros. Muitos, portanto, junto com suas famílias, ao pôr do sol, mudam-se para o campo, para os prados, para as margens dos rios. É uma vida difícil, que faz você se sentir desamparado". Diante dessa tragédia, dom Ryabukha continua: "Estar aqui também significa experimentar a dignidade da vida. Você percebe que a vida existe, que há alguém com quem você pode compartilhar a dor, o desespero, os sonhos, o desejo de crescer e construir."

Dom Maksym Ryabukha, exarca de Donetsk
Dom Maksym Ryabukha, exarca de Donetsk

Compromisso com uma paz justa

Dom Vitaliy Kryvytskyi, bispo da Diocese Católica Romana de Kiev-Zhytomyr, também acompanha os jovens a Roma. "Gostaria muito de encontrar todos e estar com eles, porque hoje eles representam toda a nossa Igreja e a Ucrânia." Dom Kryvytskyi explica que alguns bispos de outros países tiveram dificuldade em acreditar que um número tão grande de jovens ucranianos tivesse conseguido vir a Roma. "As pessoas pensam que, por estarmos em guerra, estamos vivendo como se estivéssemos congelados, e visto que estamos lidando com outros problemas, não é para nós hoje uma prioridade a necessidade de nos unirmos a toda a Igreja. O fato de estarmos aqui demonstra, em vez disso, que é fundamental estarmos em união com toda a Igreja, para falar sobre o que estamos vivendo hoje na Ucrânia e os desafios que enfrentamos. E que, portanto, é importante exortar a Igreja a falar sobre o que realmente está acontecendo na Ucrânia." Com tristeza nos olhos, o bispo relembra que, na noite entre 30 e 31 de julho, o ataque russo a Kiev matou pelo menos 31 pessoas, incluindo cinco crianças. "Estamos aqui", disse ele, "também para dizer toda a verdade e exortar as pessoas, os jovens, a não permanecerem em silêncio, mas a se comprometerem com uma paz justa na Ucrânia e em outras partes do mundo."

Dom Vitaliy Kryvytskyj, bispo de Kyiv-Zhytomyr dos latinos
Dom Vitaliy Kryvytskyj, bispo de Kyiv-Zhytomyr dos latinos

Esperança para resistir à guerra

Durante a guerra, a Igreja na Ucrânia permaneceu próxima às pessoas, especialmente aos jovens, oferecendo apoio na forma de ajuda humanitária. Entre os desafios do cuidado pastoral em tempos de guerra está a busca por maneiras de cultivar a esperança. "O fato de este ano ser dedicado à esperança", continua dom Kryvytskyj, "parece-me um sinal da providência divina. E é disso que a Ucrânia precisa, porque depois de três anos e meio de conflito, muitas pessoas, mesmo aquelas que sempre se consideraram cristãs, estão perdendo a esperança. Muitas vezes, depois de rezar incessantemente sem receber uma resposta do Senhor, desistem, dizendo: talvez Deus não ouça nossas orações, ou talvez Deus nem exista? Então, este ano, ao refletir sobre a palavra esperança, temos a oportunidade de realmente resistir nestes tempos difíceis."

Dom Maksym Ryabukha com jovens ucranianos
Dom Maksym Ryabukha com jovens ucranianos

A unidade da Igreja

A esperança é o que mantém viva a fé, que, continua dom Kryvytskyi, "atingiu níveis completamente novos durante a guerra, porque não se trata apenas da hipótese de que alguém esteja lá fora em algum lugar, mas de uma relação especial nesta situação crítica". Ajuda-me o senso de unidade da Igreja", conclui, "que se vive quando, mesmo aqui, alguém nos garante que está sempre rezando por nós. As pessoas nos telefonam, nos escrevem, nos dizem que, não obstante tudo, continuam ao nosso lado. Esse espírito de unidade da Igreja também me enriquece e é o que salva nossos jovens, os salva do desespero e do cansaço que todos nós sentimos".

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02 agosto 2025, 18:36