O Pastor que permanece: dom Orani e a inspira??o da Divina Provid¨ºncia
Dauro Machado ¨C jornalista
Há decisões humanas que são prudentes, e há decisões que parecem ter sido sopradas pelo próprio Espírito Santo. A de Sua Santidade, o Papa Leão XIV, de manter Dom Orani João Tempesta por mais dois anos à frente da arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, pertence a este segundo grupo ¡ª iluminada, acertada, inspirada pela Divina Providência.
Aos 75 anos, quando o direito canônico pede ao pastor que apresente sua renúncia, dom Orani, obediente filho da Igreja, entregou nas mãos do Santo Padre sua carta. Era junho. O mar da Baía de Guanabara seguia calmo, mas no coração dos fiéis soprava a inquietude de não mais ter o Cardeal do povo a guiar o rebanho carioca. Mas o Céu tinha outros planos.
E no dia 7 de agosto, a Nunciatura Apostólica trouxe a notícia que soou como um cântico de alívio e júbilo: o Papa não aceitou a renúncia. Determinou que o eminentíssimo arcebispo governasse ainda por dois anos aquela que é a mais radiante e desafiadora das dioceses brasileiras. Era como se o Bom Pastor tivesse decidido que seu cajado deveria continuar firme nas mãos daquele que conhece cada vale e cada colina de sua amada cidade.
Dom Orani não é apenas um arcebispo. É sorriso que ilumina e gestos que falam mais que mil palavras. É o amigo das praças e das vielas, dos altares e das ruas esquecidas. É voz que conforta, olhar que acolhe, presença que se inclina sobre os humildes como quem se aproxima de um tesouro sagrado. Seu ministério no Rio de Janeiro sempre foi feito de proximidade: ouvir as alegrias, carregar as dores, partilhar o pão do consolo.
O Papa Leão XIV, nesses primeiros meses de pontificado, demonstra ser um timoneiro com o olhar voltado para os mais pobres, para as chagas abertas pelas injustiças sociais e pelas mazelas que ferem a dignidade humana. Ao estender a missão de dom Orani, o Santo Padre não prolonga apenas um governo pastoral; ele prolonga a esperança de um povo, fortalece a fé de uma Igreja e reforça o cuidado sobre um rebanho que confia em seu Pastor.
Serão dois anos de luz e sombra, de praias ensolaradas e becos silenciosos, pois dom Orani caminha em todos os cantos da cidade maravilhosa ¡ª do altar da catedral às esquinas onde a vida é mais frágil. E, em todos eles, continuará sendo voz em favor da vida, da Igreja e de suas ovelhas.
Demos graças a Deus por essa permanência, celebrada não apenas no Rio de Janeiro, mas em todo o Brasil. Pois o cardeal Orani João Tempesta é daqueles pastores que não conhecem fronteiras no amor ao próximo. Sua presença é farol que guia e porto que acolhe.
E se a cidade do Rio é chamada maravilhosa, parte dessa maravilha se deve ao fato de ter, por mais dois anos, um Pastor que conhece o cheiro de suas ovelhas, que carrega no peito o calor da fé e que, sob a inspiração da Divina Providência, seguirá conduzindo, com mansidão e firmeza, o rebanho que lhe foi confiado.
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