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2024.070.25 Monsignor Christian Carlassare insieme ad una famiglia

Dom Carlassare: o Sudão do Sul precisa da paz proposta pelo Evangelho

Em uma mensagem, o bispo comboniano de Bentiu fala sobre o clima que se vive no país africano em vista das eleições de 2026. Ele exorta a trabalhar para que os conflitos sejam resolvidos através da educação para a paz das jovens gerações. Uma tarefa à qual também são chamados a Igreja e a escola, “um longo caminho – escreve o prelado – mas é o único caminho viável que oferece oportunidades de vida às futuras gerações”.
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Vatican News

Boas notícias – a construção de poços, de uma casa de acolhimento, de algumas salas de aula para a escola primária – ao lado de más notícias, como os bombardeios aéreos em alguns territórios habitados por populações inocentes “cuja única culpa é ser administrada por representantes da oposição”. São essas as notícias que se leem na mensagem do bispo de Bentiu, dom Christian Carlassare, vítima em 2021 de uma emboscada na qual ficou gravemente ferido nas pernas.

A não violência

O prelado fala de “um momento muito delicado” no Sudão do Sul em vista das eleições de 2026: “há muita preocupação – explica – porque o preconceito é preferido à escuta, e a violência à conciliação”, há a proliferação de armas e cresce a divisão. “Parece-me”, escreve Carlassare, “que se queira manter o país numa dinâmica permanente de conflito e emergência humanitária. Esta é a regra do poder. Pouco importa a vida de grande parte da humanidade. Nesta situação, é urgente fazer uma escolha: acolher, não a paz que o mundo nos propõe e que é ostentada pelos poderosos com seus exércitos, mas o dom da paz proposto pelo Evangelho. Hoje é cada vez mais urgente ousar a não violência”.

O irmão pobre olha para Deus

Citando o Papa Leão, que convida a avaliar as causas dos conflitos, desmascarando a retórica, as mentiras e os interesses que se escondem por trás deles, o prelado sublinha que “o país em conflito fica paralisado, não há mais caminho, mas apenas vagar em busca de vida onde não há”. Uma paralisia na qual há vítimas predestinadas, como os pobres, que “o mundo de hoje está cada vez mais discriminando e condenando”. “É fácil fazer dos indigentes – escreve o bispo – o bode expiatório de um mundo que, tendo perdido a direção, está cada vez mais sem esperança. É ilusório pensar que nossa esperança se baseia na segurança do poder e do ter. Somos todos pobres e não queremos reconhecê-lo”. “O pobre que tenho diante de mim – sublinha – não é um rival, mas um irmão. Às vezes, ele pode me enganar porque também está desesperado como eu. Mas, muitas vezes, o irmão pobre testemunha a esperança professada em uma condição de vida precária, feita de privações, fragilidade e marginalização. Ele sofre violência, mas levanta os olhos e olha para Deus e assim permanece humano. É assim que nasce a solidariedade dos pobres: na esperança”.

Ensinar a paz

Para Carlassare, o povo e a Igreja do Sudão do Sul precisam de “pastores da paz”, capazes de criar relações sob o signo do perdão. “Para resolver os conflitos, é necessário superar as relações conflituosas a partir de nossas comunidades. Por isso, a Igreja pode desempenhar um papel crucial na educação para a paz das jovens gerações”. Como fazer isso? “Falar abertamente contra a proliferação de armas, o recrutamento imprudente de jovens, a violência e as injustiças. E dar voz profeticamente àqueles que escolheram a não violência, especialmente entre os jovens, como exemplo para os outros. É preciso usar os meios de comunicação para transmitir mensagens de esperança e histórias em que se conseguiu superar o conflito. É importante apoiar iniciativas para o desenvolvimento humano integral e a justiça social, incentivando atividades econômicas e o acesso a serviços essenciais, como água e saúde”. É necessário o empenho da escola, que se torne um lugar de esperança onde se educa para a paz, os direitos humanos e a cidadania responsável. É necessário o empenho dos catequistas que oferecem uma leitura diferente da realidade, “o caminho é longo – conclui o bispo de Bentiu –, mas o da paz é o único caminho possível que oferece oportunidades de vida às gerações futuras”.

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01 julho 2025, 13:46