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Padre Paolo Dall'Oglio Padre Paolo Dall'Oglio 

A profecia do Padre Paolo Dall'Oglio ressoa na ³§¨ª°ù¾±²¹, ainda ferida

Na ³§¨ª°ù¾±²¹ p¨®s-Assad, ainda ensanguentada pela ferocidade sect¨¢ria e terror, a profecia de coexist¨ºncia do Padre Paolo Dall'Oglio ressoa, mais uma vez, 12 anos ap¨®s seu misterioso e inescrut¨¢vel desaparecimento.

Vatican News

Nos últimos dias, a figura, as reflexões, os pensamentos e as palavras do Jesuíta romano, fundador da comunidade monacal al-Khalil, em Deir Mar Musa, ocupam o centro de iniciativas, celebrações litúrgicas, reuniões públicas, conferências e testemunhos, envolvendo acadêmicos e autoridades locais, cristãos e muçulmanos, ex-prisioneiros, coirmãos da Companhia de Jesus, amigos e companheiros de lida, a começar pelos monges e monjas de Deir Mar Musa. Esta é a primeira vez que isso acontece, desde o desaparecimento do Padre Paolo, em 29 de julho de 2013.

Nesta ocasião, os monges e monjas de Deir Mar Musa escrevem: "A mudança radical, que a Síria vive, desde 8 de dezembro de 2024, nos permite, pela primeira vez, em muitos anos, organizar novamente encontros e seminários e a falar publicamente sobre o Padre Paolo Dall'Oglio em seu país de adoção".

No Mosteiro de Deir Mar Musa, onde Padre Paolo viveu e trabalhou para promover a harmonia entre islâmicos e cristãos, após mais de trinta anos, realiza-se um seminário inter-religioso, de quatro dias, intitulado "Corações abertos: uma nova esperança para a Síria". A iniciativa visa explorar e experimentar algumas características típicas da aventura humana e cristã de Paolo Dall'Oglio. O primeiro dia é dedicado aos testemunhos dos prisioneiros dos presídios sob o antigo regime; o segundo e terceiro concentram-se sobre questões de paz e reconciliação; enquanto o quarto dia será dedicado às reflexões do religioso Jesuíta, partindo das perspectivas de seus irmãos cristãos e muçulmanos.

Os Figos de Idlib

O Padre Jihad Youssef, Prior da Comunidade de Deir Mar Musa, diz à Agência Fides: "O dia 28 de julho será dedicado ao que gostaríamos de chamar 'Jardim dos Figos'". A figueira é a única árvore na região de Idlib, que sobreviveu à devastação da guerra. Quando as pessoas puderam voltar para casa, encontraram tudo morto e devastado, exceto as figueiras. Um ex-prisioneiro, que se especializou em literatura carcerária, junto com outros, teve a seguinte ideia: no dia 28, associaremos cada árvore do nosso mosteiro e do vale, sobretudo, as oliveiras e figueiras, ao nome de uma pessoa desaparecida, como o Padre Paolo ou a pessoas mortas durante a guerra. Queremos também colocar fotos dessas pessoas em cada árvore, junto com breves biografias e um código QR, através do qual se poderá ter acesso a um site, que contará a história de cada pessoa, transmitida, em primeira pessoa, por narradores: será feito um breve passeio pelo vale, uma espécie de pequena peregrinação, em etapas, com reflexões, palavras e orações compartilhadas¡±.

¡°O breve passeio, - escrevem os monges e monjas de Deir Mar Musa ¨C representa nosso desejo de paz. Trata-se de uma caminhada simbólica, onde cada um poderá depor suas feridas e encontrar forças para caminhar juntos".

Dia 29 de julho, às 10:00, no vale, abaixo do mosteiro, em uma tenda, com capacidade para mais de 500 pessoas, o Bispo sírio-católico de Homs, Dom Jacques Mourad, monge de Deir Mar Musa, vai presidir a uma concelebração Eucarística, junto com outros Bispos, na presença de autoridades civis, forças de segurança e representantes de comunidades muçulmanas. O Cardeal Mario Zenari, Núncio Apostólico na Síria, e representantes do atual governo em Damasco também foram convidados. Após a Santa Missa, serão apresentados testemunhos sobre o Padre Paolo e o que a sua história pode significar para o presente e o futuro da Síria. "A atenção, recorda o Padre Jihad Youssef, Prior da comunidade monacal, será concentrada, precisamente, sobre ¡°qual esperança será possível para o futuro da Síria".

Iniciativas também em Homs

Outras iniciativas sobre o Padre Paolo Dall'Oglio realizar-se-ão em Homs. Nesta cidade, onde o Bispo católico siríaco é Dom Jacques Mourad, monge de Deir Mar Musa, será realizada uma mesa-redonda sobre o pensamento e a personalidade do Padre Paolo, como Jesuíta, monge e cristão apaixonado pelo Islamismo.

Ainda em Homs, no dia 31 de julho, festa de Santo Inácio de Loyola, os Jesuítas concelebrarão a Santa Missa, e farão reflexões e orações pelo Padre Paolo.

Por ocasião do décimo aniversário do desaparecimento do Jesuíta, os monges de Mar Musa rezaram pelo Padre Paolo em seu mosteiro, junto com alguns de seus coirmãos, sem eventos públicos, que, porém, foram realizados em Roma, em 29 de julho de 2023 (cfr. Fides 08/01/23), com uma concelebração Eucarística, presidida pelo Cardeal Secretário de Estado, Pietro Parolin, na igreja de Santo Inácio, em Campo Marzio, da qual participou o Arcebispo Jacques Mourad, monge de Deir Mar Musa, e os familiares do Padre Paolo Dall'Oglio, entre os quais seus três irmãos e quatro irmãs.

Feridas reabertas e notícias infundadas

O trabalho de coleta e publicação, também em árabe, do vasto material, como escritos, artigos, conferências, discursos do Padre Paolo Dall'Oglio, antes de seu desaparecimento, alguns publicados no volume "Meu Testamento", ainda continuará por muito tempo. Por ocasião das Jornadas Sírias, dedicadas ao Padre Paolo, foi lançado também um livreto em árabe, intitulado "Um dia de alegria", palavras citadas pelo Papa Francisco no prefácio do livro "Meu Testamento". O livreto apresenta uma antologia preciosa e simples de frases curtas, extraídas dos escritos e discursos do Padre Paolo.

As próximas iniciativas poderão demonstrar quão vivo e vibrante, apesar da tristeza, é o vínculo de fé que une Padre Paolo aos seus irmãos e irmãs na oração, na celebração da Eucaristia, na releitura dos seus escritos, na escuta das suas palavras. Um vínculo que, no início de junho, também teve que enfrentar vozes infundadas em torno da suposta descoberta do corpo de Paolo Dall'Oglio, infelizmente, relançados por muitos meios de comunicação no mundo. "Naqueles dias, - diz ainda à Agência Fides, o Padre Jihad Youssef, Prior da comunidade monacal - muitos me perguntaram o que havia acontecido e eu respondi que não tinha nada a declarar, porque não havia nada de novo. Agora, posso apenas dizer, que aquele episódio revelou uma grave falta de profissionalismo. Muitos agitaram as águas, sem nenhum fundamento. Só reabriram feridas, apenas pelo desejo de obter um furo de reportagem".

Fonte: Agência Fides

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27 julho 2025, 09:37