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Cardeal Odilo Pedro Scherer - arcebispo metropolitano de S?o Paulo Cardeal Odilo Pedro Scherer - arcebispo metropolitano de S?o Paulo 

Cardeal Scherer: Os idosos, sinais de esperan?a

O Papa Le?o XIV tamb¨¦m divulgou uma bela mensagem para o Dia Mundial dos Av¨®s e dos Idosos, comemorado pela Igreja, neste ano, no dia 27 de julho, domingo mais pr¨®ximo da celebra??o lit¨²rgica de S?o Joaquim e Sant¡¯Ana, pais de Maria Sant¨ªssima e av¨®s de Jesus (26 de julho).

Cardeal Odilo Pedro Scherer - arcebispo metropolitano de São Paulo

Pelo Censo de 2022, ficou claro que o Brasil já não é um país tão jovem e, aos poucos, a população idosa vai crescendo, em uma tendência já bem mais adiantada em países da Europa e do Oriente, como o Japão. Atualmente, 10,9% da população brasileira tem mais de 65 anos, idade a partir da qual as pessoas são consideradas idosas.

Mas nem sempre os idosos recebem as atenções devidas, embora o Brasil tenha leis bastante avançadas no que diz respeito à pessoa idosa. O problema geralmente é o desconhecimento desses direitos, consagrados pelo Estatuto da Pessoa Idosa (Lei nº 10.741/2003). Nele estão previstos os direitos à dignidade, ao respeito, à qualidade de vida, ao acesso à saúde, educação, lazer, transporte e previdência social, além da proteção contra a violência, a negligência e o abandono.

Muitas vezes, as pessoas idosas não se beneficiam de seus direitos por simples desconhecimento e orientação adequada. Em palavras práticas, além do direito à vida digna, os idosos têm direito ao atendimento preferencial nos serviços públicos e privados, ao transporte público gratuito, a alguns medicamentos de uso contínuo, à meia-entrada nos eventos culturais, esportivos e de lazer, à isenção de certos impostos, como o IPTU em alguns casos, à proteção contra a violência, a acompanhante nas internações, à prioridade na restituição do imposto de renda, a 5% das vagas nos estacionamentos. Para as pessoas com mais de 80 anos de idade, prevê-se um atendimento ainda mais rápido no acesso à justiça, assistência religiosa e proteção contra a discriminação.

O conhecimento desses direitos é facilmente acessível a todos pela internet. Existem diversos formatos desses textos, também em áudio e vídeo, e, também, uma cartilha interessante, facilitando o acesso e o compartilhamento. Na comemoração do Dia dos Avós e dos Idosos, a maior difusão dessa legislação seria um serviço interessante para proporcionar maior seguridade social e atenção humanizada às pessoas idosas.

O Papa Leão XIV também divulgou uma bela mensagem para o Dia Mundial dos Avós e dos Idosos, comemorado pela Igreja, neste ano, no dia 27 de julho, domingo mais próximo da celebração litúrgica de São Joaquim e Sant¡¯Ana, pais de Maria Santíssima e avós de Jesus (26 de julho). A mensagem é marcada pelo tema da esperança, no contexto do Ano Jubilar. Partindo do título ¨C ¡°Bem-aventurado aquele que não perdeu a esperança¡± (Sir 14,2), o Papa se refere a figuras bíblicas como Moisés, Abraão e Sara, Zacarias e Isabel e a tantos outros idosos do povo de Deus, que não perderam a esperança na realização das promessas de Deus, mesmo quando já não podiam mais contar com as próprias forças.

¡°Só se compreende a vida da Igreja e do mundo na sucessão das gerações. Por isso, abraçar um idoso ajuda-nos a entender que a história não se esgota no presente, nem em encontros rápidos e relações fragmentárias, mas se desenrola rumo ao futuro¡±, escreve o Papa. E exorta os idosos a serem sinais de esperança para as gerações mais jovens e para a sociedade; pede ao mundo que dê atenção e respeito aos idosos, oferecendo-lhes sinais de esperança, sobretudo àqueles que vivem em solidão, enfermidade e abandono.

O Papa Leão XIV conforta os idosos, dizendo que é possível ter esperança, mesmo na velhice e quando as forças vão aos poucos sumindo dos músculos e do ânimo. E recorda as palavras memoráveis do Papa Francisco na sua última internação no Hospital Gemelli, em Roma: ¡°O nosso físico é fraco, mas, mesmo assim, nada nos pode impedir de amar, de rezar, de nos doarmos, de sermos uns pelos outros, na fé, sinais luminosos de esperança¡± (Angelus, 16 de março de 2025).

Na Bula de Promulgação do Ano Jubilar (Spes non confundit ¨C A Esperança não engana), Francisco incentivou a Igreja e toda a sociedade a uma atenção maior aos idosos, como ¡°sinal de esperança¡±: ¡°Sinais de esperança merecem os idosos, que, muitas vezes, experimentam a solidão e o sentimento de abandono. Valorizar o tesouro que eles são, a sua experiência de vida, a sabedoria que trazem consigo e a contribuição que podem dar, é um serviço da comunidade cristã e da sociedade civil, chamadas a trabalhar conjuntamente em prol da aliança entre as gerações¡±. E dirige uma palavra carinhosa aos avós no contexto da comunidade cristã: eles ¡°representam a transmissão da fé e da sabedoria de vida às gerações mais jovens¡±. Que eles ¡°sejam amparados pela gratidão dos filhos e pelo amor dos netos, que neles encontram suas raízes, compreensão e estímulo¡± (nº 14).

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26 julho 2025, 15:54