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2025.06.19 Salvatorianos - Irm? Rosa Maria Martins - S?o Paulo - Brasil

Religiosos salvatorianos analisam v¨ªcios que desafiam a Vida Consagrada

Os estudantes de teologia da Sociedade do Divino Salvador se reuniram com a Irm? Rosa Maria Martins no Instituto Doze Ap¨®stolos, em S?o Paulo, para refletir sobre como os v¨ªcios ¨C antigos e modernos ¨C desafiam a Vida Consagrada hoje. O encontro partiu do embasamento te¨®rico para vencer os v¨ªcios atrav¨¦s do pensamento de Arist¨®teles, Agostinho, Tom¨¢s de Aquino e o magist¨¦rio do Papa Francisco.

Vatican News

Em um encontro formativo que uniu profundidade teológica, pastoral e espiritual, os jovens religiosos, estudantes de teologia da Sociedade do Divino Salvador (Salvatorianos),  mergulharam em uma reflexão urgente e necessária de como os vícios ¨C antigos e modernos ¨C desafiam a Vida Consagrada hoje, qual a sua influência na vivência dos votos professados e como eles desafiam o caminho à santidade. O encontro aconteceu na tarde desta terça, 17 de junho, no Instituto Doze Apóstolos, em São Paulo, sob a assessoria da missionária scalabriniana, Irmã Rosa Martins:

¡°Para mim é sempre um prazer colaborar na formação dos jovens candidatos à vida sacerdotal e religiosa. Eu refletia com eles que nós estudamos sobre os vícios para compreender como eles ganham corpo em nossa vida cotidiana e, como e o que podemos fazer, concretamente, para nos desvencilharmos deles nos tornando a 'cara de Jesus de Nazaré para o mundo'.¡±

A partir do embasamento teórico que perpassou o pensamento de Aristóteles, Agostinho, Tomás de Aquino e o magistério do Papa Francisco, os estudantes salvatorianos verificaram que os vícios não são falhas morais abstratas, mas hábitos concretos que corroem a vocação. ¡°Precisamos nos habituar a trabalhar a disposição para o bem buscando sempre o meio termo, ou seja, abraçar com afinco as virtudes¡±, afirmou Irmã Rosa.

Como vencer os vícios

Thomás de Aquino aponta uma metodologia para vencer os vícios fundamentada em  alguns princípios que combinam razão, graça e disciplina. ¡°Para Santo Thomás, o vício da soberba, por exemplo se vence com o exercício da humildade, isto é, reconhecer a dependência de Deus; a avareza com a prática da pobreza evangélica, a preguiça com a disciplina na oração e no serviço. Já o Papa Francisco ao trazer o tema para o século XXI, apontou que, por exemplo a luxúria se vence com a castidade autêntica, ou seja, não como mera abstinência, mas como respeito ao outro, evitando a 'coisificação' nas relações e que a solidariedade e a cultura do encontro, por meio da solidariedade com os mais pobres  ajuda na superação do isolamento dos vícios".

A assessora recordou ainda que os vícios, ou seja, as nossas tendências para o mal têm tudo a ver com o cuidado da casa comum. ¡°O Papa Francisco sempre afirmou que ¡®tudo está interligado¡¯. Logo o mal que cresce em mim e atinge meu irmão de comunidade ou da minha vila ressoa muito mais longe, atinge toda a estrutura do planeta e isso nos ajuda a entender o porque todos somos responsáveis pelo mal social (guerras, violência, injustiças, etc.)".

Os testemunhos para abraçar as virtudes

De acordo com  Lucas Zanella, 24 anos, natural de Santa Catarina, ¡°o consagrado é uma pessoa real e, portanto, é afetado pelo contexto biopsicossocial como qualquer outro indivíduo. No entanto, é chamado por Deus à contemplação e à entrega total de si. Assim, torna-se essencial refletir sobre as relações humanas e afetivas na vida religiosa, especialmente no que diz respeito aos vícios e virtudes. Nessa perspectiva, o autoconhecimento é o primeiro passo para equilibrar nossas atitudes e sensações, permitindo-nos corresponder com fidelidade à vocação que abraçamos¡±.

¡°Como religiosos, falar dos vícios na vida comunitária é essencial porque permite reconhecer atitudes que enfraquecem a vivência do carisma e da missão apostólica. Tais vícios, como o individualismo, a murmuração ou a indiferença comprometem a comunhão fraterna, a autenticidade do testemunho e a fecundidade da missão. Identificá-los é o primeiro passo para promover a conversão pessoal e comunitária, em espírito de oração, diálogo e fidelidade ao Evangelho. Assim, crescermos como comunidade de irmãos, sinais vivos do Divino Salvador no mundo¡±, afirmou Daniel Mohammed, 31 anos,  natural da Venezuela.

Natural de Moçambique, Odássio António Agostinho acredita que ¡°o tema dos vícios na Vida Consagrada na atualidade é um assunto que mexe com todos alicerces e estrutura da base da vida consagrada, embora passe de uma forma meio despercebido no seio das nossas comunidades, mas é um problema do qual precisamos tomar consciência em nossas casas religiosas. Não podemos normalizar os vícios¡±.

Para Freddy Ramírez, 53 anos, natural da Venezuela, ¡°falar de vícios na vida religiosa é abrir uma caixa de Pandora. É bom e necessário refletir sobre eles para se tornar uma  pessoa consagrada livre e alegre que não está na vida religiosa como uma obrigação se tornando um contra testemunho, como afirmava Francisco: ¡°quantos 'católicos' que dão contratestemunho cristão prejudicam a Igreja" (30/08/2015, Praça de São Pedro).

¡°Refletir sobre os vícios e sua realidade na vida religiosa permite um aprofundamento da vivência cristã. É um olhar para dentro, para nossa própria realidade, em vista de imitarmos, cada vez mais, a Jesus de Nazaré. A reflexão do tema, junto à Ir. Rosa, permitiu, sem dúvidas, reconhecer a necessidade constante de abraçar as virtudes e assumir, corajosamente, o ser um religioso autêntico, que embora cheio de dificuldades, capaz de ser sinal de Jesus¡±, afirmou Djalma Rodrigo, 29 anos, natural de Campos do Jordão/SP.

Colaboração: Irmã Rosa Maria Martins

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19 junho 2025, 10:24