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Um momento da apresenta??o do livro do cardeal Scola em Mil?o com dom Delpini e Massimo Cacciari Um momento da apresenta??o do livro do cardeal Scola em Mil?o com dom Delpini e Massimo Cacciari

Em livro, o cardeal Scola reflete sobre a velhice

O volume publicado pela LEV, a Livraria Editora Vaticana, foi apresentado esta segunda-feira em Mil?o com um di¨¢logo entre o arcebispo Delpini e o fil¨®sofo Massimo Cacciari. O purpurado: olhar para a morte significa ter a coragem de se perguntar diante de Deus o que se fez com a pr¨®pria vida
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Por Giovanni Micheli

Um livro de "relevância paradoxal" que vai "na contramão da cultura atual em muitos de seus aspectos". Massimo Cacciari, filósofo bem conhecido do grande público, usou palavras importantes para descrever sua leitura do mais recente livro do cardeal Angelo Scola, arcebispo emérito de Milão, ex-patriarca de Veneza, À espera de um novo começo. Reflexões sobre a velhice (Nell'attesa di un nuovo inizio. Riflessioni sulla vecchiaia), publicado pela Livraria Editora Vaticana, que ele mesmo apresentou esta segunda-feira em Milão em um evento concorrido na sede do Arcebispado, na presença de dom Mario Delpini, sucessor de Scola na cátedra de Ambrósio. Recordando ¡°a amizade e a colaboração com Scola durante muitos anos¡± quando era prefeito de Veneza, Cacciari quis destacar ¡°a relação de grande cordialidade e paixão intelectual¡± que ainda hoje o une ao purpurado original de Lecce: ¡°Quero sublinhar a sua grande abertura, a sua cultura de leitor em todos os campos, como se pode verificar neste seu escrito ¨C de Leopardi a Balthasar, de Eliot a Ratzinger ¨C, um homem de firme convicção em tudo o que crê, uma pessoa nunca fácil de compreender¡±.

Em livro, o cardeal Scola reflete sobre a velhice

O diálogo que teve lugar entre Delpini e Cacciari girou em torno da magna questio da vida eterna, tema que o cardeal Scola aborda no seu escrito e no qual também se concentra o Papa Francisco, que quis assinar o prefácio do volume: ¡°Talvez devêssemos encontrar uma palavra diferente para dizer esta verdade do cristianismo ¨C sublinhou Delpini ¨C e dizer que a vida é eterna¡±. ¡°Somos animais que sabem que vão morrer ¨C sublinhou Cacciari ¨C, mas a nossa cultura atual faz de tudo para nos fazer esquecer isso. Ao invés, é a meditatio mortis, de Platão em diante, que Scola nos lembra neste livro, pequeno em tamanho, mas de grande valor filosófico e teológico¡±. Em seguida, o filósofo veneziano lembrou o significado autêntico de ¡°pensar sobre a morte¡±: ¡°Saber morrer está aqui, em cada momento da nossa vida, na consciência de que pode ser o último. É o eschaton, estar diante do julgamento: de Deus ou dos outros ou de nós mesmos, não importa, mas porque de julgamento se trata¡±. Delpini, por sua vez, fez questão de salientar como o pensamento pode surgir ¡°da surpresa, ou como no caso deste livro, da angústia: no livro do cardeal Scola há a pergunta: ¡°O que será de mim?¡±. Mas esta pergunta tem uma resposta que é um encontro e um abraço, os de Deus. Nas afirmações de Scola, encontramos uma declaração comovente, de angústia e esperança misturadas¡±. Delpini e Cacciari, em seu diálogo moderado por Catia Caramelli, jornalista da Radio24, concordam que a questão da vida eterna não é metafísica, mas tem a ver com a página evangélica do Sermão da Montanha, com aquele convite a amar, não a odiar, a perdoar. O filósofo diz que ele também, um não crente, gostaria "daquela vida bem-aventurada"; o arcebispo lembra que essa formulação não é um princípio filosófico, mas "tem a ver com a relação com Deus, porque a vida eterna é a vida de Deus". Cacciari insiste em uma expectativa que cultiva, como não crente, em relação à comunidade cristã e à pessoa de fé: "É isso que me agrada no pensamento teológico autêntico, um pensamento que vai à raiz das questões e que vai na contramão da cultura atual, por exemplo, sobre a ideia da morte. Sobre isso, o filósofo não crente sempre ouvirá a voz religiosa". Scola interveio com uma entrevista em vídeo, curta, mas de forte impacto emocional, na qual agradeceu aos dois relatores, recordando "a amizade com Cacciari" e expressando intensa estima por seu sucessor, Delpini. E recordando o gesto do Papa Francisco imediatamente após sua eleição como pontífice na Capela Sistina: "Ele veio atrás de mim, eu nem tinha percebido, para me abraçar". E o fio de emoção que comove a voz do cardeal lombardo é um forte testemunho da comunhão em Cristo que uniu indefectivelmente o pontífice argentino e o arcebispo emérito de Milão.

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10 junho 2025, 14:35