Assassinato de Pe. Bett nos obriga a enfrentar a quest?o da paz, diz bispo de Eldoret
Vatican News com Agência Fides
"Trabalhei em várias regiões em conflito, mas nunca havia sido morto um sacerdote. Realmente, é algo sobre o qual devemos refletir."
Esta foi a reação de dom Dominic Kimengich, bispo de Eldoret, ao expressar sua amargura pelo assassinato do padre Alloyce Cheruiyot Bett, morto a tiros na região de Tot, no Vale do Kerio, no planalto ocidental do Quênia.
Na homilia da Missa de sufrágio celebrada no domingo, 25 de maio, em Nerkwo, dom Kimengich pediu que fosse feita justiça não apenas ao sacerdote assassinado, mas a todos os habitantes do Vale do Kerio, que vivem há muito tempo na insegurança.
"Talvez tenha sido necessária a morte do Pe. Bett para que fosse tratada com seriedade a questão da paz no Vale do Kerio. Este é um chamado de atenção para todos nós", disse o bispo de Eldoret, recordando que o sacerdote exercia seu ministério na região há apenas seis meses.
Após comunicar que o Papa Leão XIV havia expresso suas condolências pela morte do sacerdote por meio do núncio apostólico, dom Kimengich pediu às autoridades civis para "levarem a sério a questão da insegurança", enfatizando que o que aconteceu com padre Bett "pode ??acontecer com qualquer pessoa, inclusive com eles". "Neste momento, é provável que nenhum padre queira ir para a região por não se sentir seguro. Este é o efeito dominó deste incidente".
"Estamos unidos em oração e solidariedade à família e aos amigos do Pe. Bett. Que sua alma descanse em paz eterna e que a justiça prevaleça", concluiu o prelado.
O funeral do sacerdote será realizado nesta sexta-feira, 30 de maio.
O assassinato ocorreu na quinta'feira, 22 de maio, quando homens armados começaram a disparar no final da Missa na Jumuiya (pequena comunidade cristã) na vila de Kakbiken. Um dos tiros atingiu o padre Bett no pescoço, matando-o instantaneamente. A polícia queniana informou ter prendido seis pessoas ligadas ao assassinato do sacerdote.
Embora se suspeite de uma tentativa frustrada de roubo, um porta-voz da polícia afirmou que o assassinato não tem nenhuma ligação com roubo de gado ou outras formas de banditismo na região.
Fontes locais sugeriram que os assassinos suspeitavam que o padre fosse um informante da polícia que estava auxiliando as autoridades em uma operação de segurança em andamento na região.
Padre Tott é o segundo sacerdote católico a ser morto no Quênia em uma semana. Em 15 de maio, o padre John Ndegwa Maina, pároco da Igreja de St. Louis em Igwamiti, faleceu no hospital após ser encontrado gravemente ferido, mas ainda vivo, na beira da rodovia Nakuru-Nairóbi, a vários quilômetros de sua paróquia.
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