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Soldados da For?a de Seguran?a de Fronteira (BSF) prestam homenagem durante uma cerim?nia de deposi??o de coroas de flores para o policial Deepak Chingakham, da For?a de Seguran?a de Fronteira (BSF), que foi morto durante um tiroteio na fronteira entre a ?ndia e o Paquist?o, em Jammu, em 12 de maio de 2025. Soldados da For?a de Seguran?a de Fronteira (BSF) prestam homenagem durante uma cerim?nia de deposi??o de coroas de flores para o policial Deepak Chingakham, da For?a de Seguran?a de Fronteira (BSF), que foi morto durante um tiroteio na fronteira entre a ?ndia e o Paquist?o, em Jammu, em 12 de maio de 2025.  (AFP or licensors)

Cardeal Coutts: para a paz na Caxemira, redescubramos ser filhos da ¨²nica m?e ?ndia

"A quest?o remonta ¨¤ ¨¦poca da independ¨ºncia do Imp¨¦rio Brit?nico: "A popula??o da Caxemira, mu?ulmana, n?o queria fazer parte da ?ndia. Naquela ¨¦poca, dizia-se que os cidad?os podiam escolher: se mu?ulmanos, fazer parte do Paquist?o; se hindus, ser cidad?os da ?ndia. Mas para a Caxemira n?o foi assim, porque o raj¨¢ daquele reino escolheu a ?ndia, mesmo contra a vontade da popula??o da Caxemira e a forma como a situa??o geral se desenvolvia. Da¨ª surgiu o conflito".

Vatican News com Agência Fides

"Num momento de tensão, o nosso só pode ser um apelo e uma oração pela paz entre a Índia e o Paquistão. Redescubramos as nossas raízes: somos irmãos porque somos filhos da mesma mãe, como disse Mahatma Gandhi".

O convite é do cardeal paquistanês Joseph Coutts, arcebispo emérito de Karachi, que participou do Conclave e da Missa de início do pontificado do Papa Leão XIV, em entrevista à Agência Fides.

O purpurado afirmou que "hoje sentimos a urgência de fazer algo pela paz autêntica. Nós, como cidadãos e como comunidades religiosas na Índia e no Paquistão, podemos promover, e nos empenharemos nisso, uma cultura de paz, para desarmar o ódio, desarmar os corações e educar as pessoas comuns para o perdão. Os nossos líderes políticos, portanto, devem fazer algo concreto no sentido de um acordo, visto que a questão da Caxemira é política, enquanto os governos das duas nações continuam a culpar-se mutuamente e a alimentar a guerra de muros".

 

Historicamente, recorda o cardeal paquistanês, a questão remonta à época da independência do Império Britânico: "A população da Caxemira, muçulmana, não queria fazer parte da Índia. Naquela época, dizia-se que os cidadãos podiam escolher: se muçulmanos, fazer parte do Paquistão; se hindus, ser cidadãos da Índia. Mas para a Caxemira não foi assim, porque o rajá daquele reino escolheu a Índia, mesmo contra a vontade da população da Caxemira e a forma como a situação geral se desenvolvia. Daí surgiu o conflito".

"Naquela época - diz o cardeal Coutts - éramos verdadeiramente irmãos, um único povo que lutava junto pela liberdade do jugo colonial. Essa fraternidade hoje deve ser redescoberta e representa o caminho para construir uma paz justa e duradoura para o futuro. É preciso voltar às palavras de Mahatma Gandhi, que dizia: por dois mil anos vivemos juntos como um só povo, somos todos filhos de uma só mãe, a Mãe Índia. Mas hoje Gandhi está esquecido e nem sequer é estudado nas escolas", observa o purpurado com certa amargura.

"O nacionalismo político ¡ª acrescenta ¡ª complicou a situação em todos esses anos; confrontos e guerras alimentaram tensões entre povos que compartilham a mesma história e cultura. Isso nos faz entender o quão insensata é esta guerra. Naquela época, queriam criar duas nações que dessem direitos iguais a todos os cidadãos e vivessem em paz. Os líderes que foram protagonistas do processo de independência, Mohammad Ali Jinnah, Mohandas Gandhi e Jawaharlal Nehru, imaginaram duas nações irmãs. Voltemos a esse desejo. Hoje somos chamados a viver juntos como bons vizinhos".

O cardeal Joseph Coutts recorda seu lema episcopal, que é "Harmonia": "Gostaria de me referir a ele quer às relações dentro do Paquistão, como fruto do diálogo inter-religioso e intercultural e do cultivo de relações de benevolência entre diferentes comunidades; quanto às relações com o exterior, em particular com a Índia: nossa esperança é que possamos construir pontes, apertar as mãos e nos reconciliar, para viver em harmonia", conclui.

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20 maio 2025, 14:10