Cardeais e fi¨¦is da ?ndia e Paquist?o unidos em ora??o pela paz
Vatican News com Agência Fides
O cardeal indiano Oswald Gracias e o cardeal paquistanês Joseph Coutts deixaram a Basílica de São Pedro juntos na quarta-feira, 7 de maio, ao final da Missa "pro eligendo Romano Pontifice".
O cardeal Gracias, de 81 anos, se apoiava no cardeal Coutts, de 79 anoa, que lhe dava o braço e conversava fraternalmente com seu irmão. A imagem expressava vividamente o desejo de paz e a relação de comunhão existente, enquanto as tensões militares aumentavam entre seus respectivos países de origem, Índia e Paquistão, e os confrontos continuavam, especialmente na disputada região da Caxemira.
Solicitados a emitir uma declaração e fazer um apelo pela paz, os dois cardeais responderam à Agência Fides que "na Congregação Geral pré-Conclave, em 6 de maio, todo o Colégio Cardinalício fez um apelo público pela paz, citando cenários como a Ucrânia e Gaza. No apelo, há também a expressão 'em muitas outras partes do mundo' e, certamente, entre estes, podemos incluir a situação atual entre a Índia e o Paquistão, dirigindo uma súplica ao Senhor por uma paz justa e duradoura".
Da parte da Índia, dom Theodore Mascarenhas, bispo da Diocese de Daltonganj, no Estado indiano de Jharkhand, que acabara de retornar de uma reunião da Comissão Executiva da Conferência dos Bispos de Rito Latino da Índia (CCBI) com outros trinta bispos indianos, explicou à Fides que "naquela reunião, mencionamos e refletimos sobre o grave cenário de tensão entre a Índia e o Paquistão. Nosso apelo é sempre um apelo à paz: pedimos uma distensão, porque a guerra é sempre uma derrota e não serve para nada. Todas as questões, mesmo aquelas entre Estados, podem ser resolvidas sem violência. Nós, bispos, fomos concordes em dizer e exortar nossas comunidades: rezemos intensamente pela paz".
No terreno, observadores temem uma escalada, visto que o Paquistão relatou ter abatido drones indianos, longe da Caxemira, como em nove cidades, incluindo Lahore, Karachi e Rawalpindi. A Índia, por sua vez, evacuou milhares de pessoas de vilarejos próximos à fronteira altamente militarizada entre os dois países, na região disputada da Caxemira.
Nos dias anteriores, com a Operação Sindoor, ataques com mísseis indianos contra nove locais na Caxemira e no Punjab paquistanês mataram 31 civis paquistaneses, incluindo mulheres e crianças, com a intenção de atingir instalações terroristas, disseram autoridades indianas.
O ataque foi a resposta da Índia ao massacre de 22 de abril, quando grupos jihadistas paquistaneses mataram 26 pessoas, a maioria turistas hindus indianos, na Caxemira controlada pela Índia. A Índia acusa o Paquistão de apoiar os militantes que realizaram o ataque, enquanto Islamabad nega qualquer envolvimento.
O primeiro-ministro paquistanês, Shehbaz Sharif, prometeu vingar os ataques da Índia, que agora afirma ter abatido drones paquistaneses, alimentando temores de um conflito mais amplo entre os dois estados com armas nucleares. O Ministério das Relações Exteriores da Índia disse que 13 civis foram mortos e 59 feridos em tiroteios transfronteiriços na Caxemira.
A nova onda de ataques e represálias entre a Índia e o Paquistão ameaça reacender o conflito aberto entre os dois países, que tem suas raízes na partição ocorrida em 1947. Desde então, as duas nações travaram três guerras e houve inúmeros tiroteios ao longo da fronteira na Caxemira, uma região de maioria muçulmana reivindicada por ambos desde a independência do Império Britânico.
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