Bispos Italianos: um grande testemunho do Papa mesmo na doen?a
Edoardo Giribaldi - Vatican News
O ¡°testemunho¡± de ¡°seguir Cristo¡± do Papa Francisco, internado no Hospital Gemelli, e de ¡°oferecer-se à vida da Igreja, mesmo na doença e na fraqueza¡±. Os conflitos que ¡°ensanguentam¡± o contexto global, inclusive o europeu, para o qual se espera um retorno à sua ¡°vocação¡± original, fundada na ¡°paz, liberdade, democracia¡±. Conflitos que muitas vezes são alimentados por ¡°nacionalismos anti-humanos¡± e que só podem ser atenuados com um ¡°maior cuidado com a linguagem¡±, evitando transformar os temas da ¡°segurança¡± e da ¡°defesa¡± em ¡°tambores de guerra¡±. A esfera política, na qual os cristãos são chamados a desempenhar um papel importante, voltando a participar ativamente, sobretudo diante do crescente ¡°desinteresse¡± dos cidadãos por esses contextos. Esses são os temas abordados por dom Giuseppe Baturi, secretário-geral da Conferência Episcopal Italiana (CEI), na conclusão dos trabalhos da reunião do Conselho Episcopal Permanente e da apresentação do comunicado final.
A oração pelo Papa
Respondendo às perguntas dos jornalistas presentes em coletiva de imprensa, dom Baturi recordou como todo o Conselho se reuniu em uma atmosfera de ¡°oração¡± por Francisco durante este período de doença. ¡°A fragilidade não denuncia um absurdo¡±, disse o secretário-geral da CEI, lembrando como é ¡®precioso¡¯ o trabalho dos profissionais de saúde e lamentando ¡®as muitas, demasiadas agressões¡¯ contra eles no local de trabalho. O bispo, respondendo a perguntas sobre a possibilidade de renúncia do Pontífice, descreveu como ¡°desrespeitoso¡± o fato de ¡°querer forçar a livre consciência de um Papa a raciocinar¡±. ¡°Se há um ponto em que devemos parar¡± é precisamente o ¡®da consciência¡¯, disse ele.
A manifestação de 15 de março
Em relação à manifestação Una piazza per l'Europa (Uma praça pela Europa), programada para ser realizada na Piazza del Popolo, em Roma, no dia 15 de março, o prelado reiterou a ¡°legítima liberdade¡± de participar do evento, enfatizando como o tema europeu ¡°está muito próximo do coração¡± da Igreja ¡°e não é de hoje¡±. ¡°Não tomamos uma posição, há uma liberdade legítima de nossas organizações, associações e fiéis individuais¡±, disse ele, ¡±para nós o tema da paz e da Europa é decisivo. Alguns aderiram, outros não: isso faz parte do pluralismo legítimo que a Igreja reconhece nos partidos políticos, quando eles se referem a coisas não essenciais¡±.
Os temas do Comunicado Final
No comunicado final do Conselho Permanente, os bispos enfatizaram a importância do atual Jubileu como um ¡°tempo de escolhas corajosas¡±. Eles reiteraram seu compromisso de continuar ¡°no caminho da ecologia integral¡± e de seguir os apelos do Papa para a redução da dívida econômica dos países pobres e para o alívio do sofrimento dos prisioneiros, também por meio de ¡°formas de anistia ou perdão de punições¡±. Em seguida, o Conselho abordou o delicado contexto internacional, expressando pesar ¡°pela violência que está ensanguentando vários cantos do planeta¡± e enfatizando a necessidade de ¡°maior cuidado com a linguagem¡±, evitando ¡°a retórica belicosa para voltar a falar de paz¡± por meio de iniciativas multilaterais. Os prelados italianos destacaram como ¡°a guerra, muitas vezes alimentada por nacionalismos anti-humanos¡±, ¡°voltou a derramar sangue na Europa¡±, enfatizando os desafios que o continente é chamado a enfrentar.
¡°Em um momento da história em que há uma ênfase nas questões de segurança e defesa, é crucial que essas preocupações não se transformem em tambores de guerra¡±, alertou o Conselho, esperando que a Europa retorne à sua ¡®vocação¡¯ original, fundada em valores como ¡®paz, liberdade, democracia¡¯. Um horizonte que não pode deixar de lado o espaço político, no qual os cristãos ¡°podem se reconhecer e através do qual podem ser formadas personalidades capazes de enfrentar a arena política com dignidade e coerência¡±, especialmente à luz do crescente ¡°desinteresse dos cidadãos¡± em relação à participação política e ao aumento do abstencionismo. Finalmente, o documento lembrou que as Igrejas na Itália estão se preparando para a segunda Assembleia Nacional, programada para ser realizada em Roma de 31 de março a 3 de abril.
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