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A senhora com as flores para o Papa Francisco (foto Ansa) A senhora com as flores para o Papa Francisco (foto Ansa)  (ANSA)

As flores amarelas da senhora Carmela

Carmela Mancuso, 78 anos, ex-professora na regi?o italiana da Cal¨¢bria tamb¨¦m neste domingo (23/03) levou flores ao Papa Francisco. No artigo assinado por Pe. Maicon Malacarne, o fasc¨ªnio do Papa n?o pela multid?o, mas "para encontrar os rostos das pessoas. Logo percebeu a presen?a da senhora Carmela com seu ma?o de flores amarelas". At¨¦ pode parecer "um gesto pequeno, mas n?o ¨¦. Aqui est¨¢ a mais alta teologia e o maior desafio pastoral".

Pe. Maicon André Malacarne*

O Papa Francisco é o Papa dos gestos. Ao aparecer na sacada do 5º andar do hospital em que estava internado nos últimos 40 dias, é possível ver Francisco não tão fascinado pela multidão que aguardava para vê-lo. Seus olhos se esforçavam para encontrar os rostos das pessoas. Logo percebeu a presença da senhora Carmela com seu maço de flores amarelas. Antes de falar, o semblante do Papa mudou, sorriu, apontou o dedo, fez gesto positivo com a cabeça. Com o microfone, disse: "bom dia, obrigado a todos! Estou vendo aquela senhora com as flores amarelas. É uma boa pessoa". 

¡°Parece um gesto pequeno, mas não é. Aqui está a mais alta teologia e o maior desafio pastoral. Aqui está o coração de tudo!¡±

Evangelizar é encontrar com os interlocutores do evangelho. E os interlocutores de ontem são diferentes dos interlocutores de hoje. Evangelizar exige conhecer as realidades, acolher as histórias, abraçar os dramas, dar a mão para as contradições, partilhar as fragilidades de cada pessoa. 

Evangelizar não é intelectualismo nem amadorismo. Evangelizar é encontrar com as pessoas que tem nome e carregam as suas "flores amarelas". Trata-se de um intercâmbio de vozes, de dons, de semblantes que se reconhecem: "as ovelhas o seguem porque conhecem a sua voz" (Jo 10,4).

As flores amarelas chegaram no Papa que levou-as, antes de ir para casa, para o cardeal Rolandas Makrickas para que as depositasse aos pés do ícone de Nossa Senhora, na basílica de Santa Maria Maior, como forma de agradecimento pela sua recuperação (conforme a foto do Vatican News).

¡°Sugiro que esse gesto do Papa seja recordado e meditado nos encontros de catequese, de pastorais e movimentos e outras tantas reuniões de nossas comunidades. O gesto precisa questionar a retina dos nossos olhos e o profundo do coração, a fim de perceber se estamos conseguindo encontrar as senhoras e senhores, os jovens e as crianças que necessitam da atenção e da vigilância do nosso olhar.¡±

* professor de Teologia Moral e pároco da Paróquia São Cristóvão - diocese de Erexim/RS

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24 mar?o 2025, 16:00