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Mulheres colocam feno em chamas na casa do acusado no caso do v¨ªdeo viral de Manipur, em Pechi Awang Leikai, Manipur, ?ndia, 20 de julho de 2023, nesta captura de tela obtida de um v¨ªdeo de divulga??o. ANI/via REUTERS Mulheres colocam feno em chamas na casa do acusado no caso do v¨ªdeo viral de Manipur, em Pechi Awang Leikai, Manipur, ?ndia, 20 de julho de 2023, nesta captura de tela obtida de um v¨ªdeo de divulga??o. ANI/via REUTERS 

Em Manipur, colapso total da humanidade, diz arcebispo de Imphal

Um v¨ªdeo que remonta ao in¨ªcio de maio e que s¨® agora viralizou nas redes sociais, lan?a luz sobre a brutalidade dos confrontos ¨¦tnicos entre as comunidades Kuki e Meitei. A pol¨ªcia apresentou acusa??es de sequestro, estupro coletivo e assassinato depois que membros da fam¨ªlia de uma das duas mulheres apresentadas na filmagem foram mortos. O arcebispo de Imphal: "H¨¢ um colapso total da humanidade. For?ados a enviar ajuda por via a¨¦rea."

Na Índia, viralizou um vídeo gravado no Estado de Manipur, no nordeste do país, que mostra duas mulheres forçadas a desfilar nuas depois de supostamente terem sido estupradas. Desde o início de maio, a região vem sendo devastada por violentos confrontos entre as comunidades Kuki (cujos membros são maioritariamente cristãos) e Meitei (especialmente hindus), num contexto em que a suspensão da internet dificultou a divulgação de informações.

A filmagem, que mostra mulheres sendo apalpadas e assediadas por um grupo de homens, data de 4 de maio e agora está causando indignação em todo o país. A polícia abriu uma investigação sobre sequestro, estupro coletivo e posterior assassinato, enquanto o primeiro-ministro Narendra Modi disse que "nenhum culpado será poupado", quebrando pela primeira vez o silêncio que durava mais de dois meses sobre os acontecimentos em Manipur. ¡°Garanto à nação que a lei seguirá seu curso em pleno vigor. O que aconteceu com as filhas de Manipur nunca pode ser perdoado¡±, acrescentou.

De acordo com arcebispo de Imphal, capital de Manipur, Dom Dominic Lumon, o que está ocorrendo é "um colapso total da humanidade". ¡°Fiquei chocado e triste quando soube dessa história horrível que se tornou viral, uma violência brutal que se soma a outras violações perpetradas contra nossas mulheres nos últimos três meses¡±, afirmou ele à AsiaNews.

Manifestantes gritam slogans enquanto seguram cartazes durante um protesto contra a suposta agressão sexual de duas mulheres tribais no estado oriental de Manipur, em Nova Delhi, Índia, 21 de julho de 2023. REUTERS/Adnan Abidi
Manifestantes gritam slogans enquanto seguram cartazes durante um protesto contra a suposta agressão sexual de duas mulheres tribais no estado oriental de Manipur, em Nova Delhi, Índia, 21 de julho de 2023. REUTERS/Adnan Abidi   (ADNAN ABIDI)

Pelo menos 130 pessoas morreram desde o início dos confrontos, que já deixaram mais de 60.000 pessoas deslocadas. Segundo o  Indigenous Tribal Leaders¡¯ Forum, a violência foi cometida na aldeia de Nongpok Sekmai, distrito de Thoubal, contra mulheres pertencentes à tribo Kuki. "O estupro coletivo das mulheres ocorreu depois que a vila foi incendiada e dois homens - um de meia-idade e outro adolescente - foram espancados até a morte pela multidão", disse a organização.

Segundo fontes policiais, o pai e o irmão de 19 anos da mulher estuprada foram mortos quando tentavam fugir em direção à mata. O irmão provavelmente estava tentando proteger sua irmã da violência. A primeira informação indica que a intervenção policial foi bloqueada por uma multidão de cerca de 900-1.000 pessoas, algumas das quais na posse de armas sofisticadas.

¡°É muito trágico que a sociedade esteja dividida em linhas sectárias¡±, continuou o arcebispo Lumon. "Recentemente uma mulher da etnia Naga foi brutalmente assassinada, ao invés disso, devemos ter a máxima consideração por nossas mulheres".

O sofrimento é ainda maior nos campos de deslocados, explicou o prelado: ¡°As mulheres foram arrancadas de suas casas, abandonadas, deixaram suas comunidades, fugiram para salvar suas vidas, e isso por si só é traumático.

O governo central de Delhi pediu ao Twitter e outras plataformas de mídia social que retirassem o vídeo, pois o ocorrido está sob investigação. No entanto, embora a denúncia tenha sido registrada pela primeira vez no distrito de Kangpokpi em 18 de maio e a acusação tenha sido transferida para os agentes de Thoubal em 21 de junho, nenhuma prisão foi feita. ¡°A polícia está fazendo todo o possível para prender os culpados o mais rápido possível¡±, comentou o arcebispo.

*Com Asianews

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21 julho 2023, 09:38