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A catequese no sul da Europa precisa de processo sinodal "em rede"

Essa ¨¦ uma das respostas a serem dadas aos novos desafios para a evangeliza??o da Igreja na Espanha, ±õ³Ù¨¢±ô¾±²¹ e Portugal. O II Encontro das Comiss?es Episcopais da Catequese foi realizado na semana passada em Lisboa. ¡°? necess¨¢rio realizar um trabalho em rede para ajudarmos os catequistas a realizarem bem a sua miss?o¡±, afirma dom Ant¨®nio Moiteiro, presidente da Comiss?o Episcopal da Educa??o Crist? e Doutrina da F¨¦ (CEECDF) de Portugal.

Vatican News

O foi realizada na semana passada em Alfragide, município de Amadora, em Lisboa. A iniciativa que analisou  e os desafios para a evangelização da Igreja no sul da Europa destacou a necessidade de ¡°um processo sinodal¡± em ¡°rede¡± para dar ¡°respostas novas a desafios novos¡±.

¡°Deparamo-nos com muitos desafios e é necessário realizar um trabalho em rede. Temos de trabalhar em conjunto para podermos iniciar um caminho em comum para ajudarmos os catequistas a realizarem bem a sua missão¡±, explica dom António Moiteiro, bispo de Aveiro e presidente da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé (CEECDF). Reunidos, pela primeira vez em abril de 2022 na cidade de Madri, na Espanha, os responsáveis do sul da Europa contam com o apoio do Dicastério para a Evangelização.

¡°Apresentamos esta ideia em setembro ao pró-prefeito do Dicastério para a Evangelização, o arcebispo dom Rino Fisichella, que nos tem dado apoio e acompanha de perto os trabalhos¡±, garante o responsável português.

A catequese e o sacramento

Dom José Rico Pavés, bispo de Asidonia-Jerez e presidente da Comissão Evangelização, Catequese e Catecumenado da Espanha (CECC), destaca a importância ¡°de partilhar o que vamos fazendo em cada país¡± num contexto ¡°de profunda mudança¡±: ¡°essa partilha permite-nos enfrentar os desafios da catequese que são similares em várias partes do mundo¡±.

Refletindo sobre a realidade espanhola, o presidente da CECC considera fundamental ¡°ultrapassar, internamente, a ideia de que a catequese está vinculada a um sacramento¡±:

¡°Estamos num processo de trânsito. A ideia de cristandade está hoje ultrapassada. Partimos de um lugar onde a catequese ainda está marcada pelo ritmo escolar e onde se vincula a catequese a um sacramento. Sem querer transmitimos aos fiéis a ideia de que os sacramentos são celebrações de despedida.¡±

Para dom José, é fundamental ¡°saber transmitir a ideia de que a catequese faz parte de um itinerário para formar cristãos¡± e dá conta de uma Comissão Episcopal ¡°plenamente empenhada em mudar este paradigma¡±. Perante o ¡°reconhecimento, que significa tornar o ser catequista um ministério instituído¡±, o prelado alegra-se pelo ¡°reconhecimento da função eclesial que desenvolve os catequistas¡± e destaca a ¡°função dos que serão instituídos no país vizinho¡±.

A secularização interna

Pertencendo a uma Igreja local que tem enfrentado várias crises nos últimos anos, dom José Rico Pavés considera que o caminho passa ¡°pela reconversão interna¡± e por uma abordagem ¡°amável¡± para com todos acerca ¡°da verdade de Jesus e do seu evangelho¡±.

¡°Há uns anos fizemos um diagnóstico, na Conferência Episcopal Espanhola, e concluímos que o principal problema está dentro. Chama-se secularização interna. Perdemos o ardor na transmissão da fé. A integridade e o modo como habitamos o mundo. Vamo-nos conformando aos critérios do mundo e abandonamos o Evangelho.¡±

Perante várias situações que parecem querer colocar a Igreja ¡°fora a esfera pública¡±, o prelado deu conta da existência de ¡°um laicismo beligerante, em algumas zonas, que pretende desterrar dos espaços públicos, da escola e da família, toda a experiência religiosa¡±. ¡°Temos aí um desafio que passa, desde logo, por sermos capazes de anunciar o Evangelho de modo amável. Mesmo os que nos querem rejeitar, só preencherão os seus anseios em Jesus e no seu evangelho. Só aí encontrarão a sua paz¡±, conclui.

A riqueza do catecumenato na catequese 

Também presente no encontro em Lisboa estava o Pe. Jourdan Pinheiro, responsável pelo Setor para o Catecumenato na Conferência Episcopal Italiana (CEI), que falou sobre essa experiência que junta três organismos da Igreja: ¡°esta é uma mudança que se faz com muita esperança. Tivemos, desde a primeira hora, a possibilidade de livremente nos escutarmos, com poucas teses, mas com muitas experiências que nos enriquecem. Os ¡®tempos¡¯ diferentes de cada Igreja são sempre oportunidade para um novo olhar¡±. E ele abordou o seu trabalho no Catecumenato de Adultos, na Itália:

¡°Hoje, na Itália, temos para toda a catequese um parâmetro claramente de inspiração catecumenal. Não se trata de uma interpretação rígida, mas do desafio de estar atento. Quando nos aproximamos aos mais novos fazemo-los participantes de um itinerário em comunidade. Recebem um primeiro anúncio, na comunidade e em família, que decorrerá com pequenas expressões de serviço, de palavras e de oração, numa oração específica.¡±

Para ele, é fundamental que ¡°cada um vá avançando neste itinerário d acordo com as suas capacidades¡±, mais do que através de ¡°estruturas rígidas e escolarizadas¡±:

¡°A transmissão da fé, a sua assunção em cada um, tem mais a ver com o tempo necessário para interiorizar do que com a necessidade de realizar tudo rapidamente. Trata-se de acompanhar, ajudar a fazer brotar em cada um aquilo que o Senhor fará nascer, e isso leva o seu tempo.¡±

Colaboração:

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14 mar?o 2023, 10:19