Lan?ado no Brasil A Carta: ¡°convite para a constru??o de um mundo diferente¡±
Padre Modino ¨C CELAM
Quando é falado em preservação do Planeta, logo vem na mente das pessoas a Amazônia, uma preocupação para a Igreja católica no Brasil, que nas igrejas particulares da região amazônica e na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a través da Comissão Episcopal para a Amazônia e a Rede Eclesial Pan- Amazônica, tem se empenhado nesse objetivo. Daí a importância do lançamento em português desse filme no dia 3 de novembro na sede da CNBB.
Um filme que ¡°faz parte de um grande desafio¡±, segundo Dom Joel Portela. O Secretário Geral da CNBB insistiu em que ¡°não é apenas um filme ecológico, não é apenas um filme social¡±, e sim ¡°um convite para juntos trabalharmos incansavelmente para a construção de um mundo diferente desse que aí está diante de nós, que algumas vezes nos entristece e outras vezes também nos envergonha¡±. Ele fez ver a necessidade de um mundo diferente, de um mundo que não esteja marcado pela ¡°globalização da indiferença¡±, denunciando ¡°as muitas dores que marcam o mundo dos nossos dias¡±. Por isso, insistiu em que ¡°diante dessas dores, nós não podemos permanecer indiferentes, na ilusão de que se não nos atingiram, não temos porque nos preocupar¡±, algo que ¡°anestesia a nossa consciência e os nossos corações¡±
Dom Joel Portela Amado refletiu à luz da Bíblia sobre o sofrimento, que quando atinge o outro, faz parte da vida de todos, algo que nasce da condição de irmãos e irmãs. Por isso, o bispo fez ver que ¡°a construção de um mundo diferente, o mundo novo, o primeiro passo consiste na união de todos nós, de todas as dores, de todos os sonhos, de todas as causas¡±. Isso em um mundo interligado, uma reflexão fundamental diante do risco cada vez maior de ¡°olha apenas para aquelas situações que mais diretamente nos afligem, esquecendo-nos de que tudo está interligado¡±, lembrando que esse foi o ensinamento que o Papa Francisco nos deixou na Laudato Si´.
O Secretario Geral da CNBB destacou tendo como base a Laudato Si, a importância da ecologia integral e sua relação com a fraternidade universal. Dom Joel mostrou gratidão para quem pensou e participou do filme, mas também para quem participou do lançamento e apresentação, um filme que ele espera ¡°nos ajude a despertar para o desafio que a história de hoje nos apresenta¡±.
Um filme que ajuda a trazer de volta a Encíclica Laudato Si´, ¡°uma Carta que é muito importante, porque traz de volta o cuidado com a casa comum¡±, segundo a Ir. Maria Irene Lopes dos Santos, que leu trechos da encíclica. Apresentado por Igor Bastos, o Coordenador para Iberoamérica do Movimento Laudato Si´ ressaltou que A Carta ¡°é um fruto da Laudato Si´¡±, que traz histórias de protagonistas: indígenas, refugiados, ativistas, cientistas.
Protagonistas que o Papa Francisco chama no filme de ¡°poetas sociais¡±, insistindo Igor Bastos em que ¡°são esses poetas que constroem a diferença, que fazem parte de essa diferença, e estão construindo uma sociedade, um Planeta mais justo e fraterno¡±. Um filme que quer ¡°ser uma ferramenta para chegar com essa mensagem da Laudato Si´ em espaços que ela ainda não chegou, mas também para reanimar os espaços que tem trabalhado cada dia para viver essa mensagem que o Papa Francisco nos passa¡±. Um instrumento que deveria ser trabalhado nas comunidades eclesiais, nas escolas, nos diferentes espaços de atuação, para trazer ¡°essa mensagem de urgência em um tempo tão difícil que a gente vive¡±.
Um dos protagonistas do filme é Dadá Borari, do Povo indígena Maró, do Estado do Pará, presente no lançamento. Alguém que disse que seu trabalho como ativista iniciou na Igreja católica, insistindo em que ¡°o nosso pensamento para a preservação da Amazônia, ele é um pensamento coletivo, ele não é um pensamento individual¡±. Segundo o cacique, ¡°a responsabilidade da floresta não é só de quem vive nela, mas de todos, que precisam da floresta¡±. Ele lembrou que para os povos indígenas a floresta é sua casa e a Terra é a sua mãe, afirmando que tem pessoas que pensam o contrário, mesmo sabendo que tudo o que eles estão fazendo é irregular.
Pessoas que seguindo o líder indígenas pensam no lucro, enquanto os povos originários não pensam no hoje e sim no futuro. Ele insistiu que o filme é ¡°uma disciplina educacional para a gente trabalhar¡± em todos os âmbitos, algo que ele faz a cada dia de maneira voluntária com ações de prevenção, monitoramento e educação, denunciando as instituições do governo brasileiro que não estão assumindo sua responsabilidade na defesa da floresta.
Dadá Borari com sua participação no filme e nas diferentes apresentações mundo afora, quis ¡°levar nossa voz que não é ouvida aqui para a sociedade internacional¡±, insistindo em que a preocupação dos povos indígenas é daqui a anos.
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