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"A imagem de um Deus anci?o com cabelo branco n?o ¨¦ um s¨ªmbolo tolo, ¨¦ uma imagem b¨ªblica, uma imagem nobre e tamb¨¦m terna." (Papa Francisco - Audi¨ºncia Geral 17 de agosto) "A imagem de um Deus anci?o com cabelo branco n?o ¨¦ um s¨ªmbolo tolo, ¨¦ uma imagem b¨ªblica, uma imagem nobre e tamb¨¦m terna." (Papa Francisco - Audi¨ºncia Geral 17 de agosto) 

O mist¨¦rio do Pai na Igreja

"? a eleva??o sobrenatural que estabelece em n¨®s rela??es diferenciadas com as tr¨ºs pessoas divinas. Somos filhos do Pai, irm?os de Cristo, no amor do Esp¨ªrito Santo."

Jackson Erpen - Cidade do Vaticano

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¡°«O mundo foi criado em ordem à Igreja», diziam os cristãos dos primeiros tempos. Deus criou o mundo em ordem à comunhão na sua vida divina, comunhão que se realiza pela "convocação" dos homens em Cristo, e esta "convocação" é a Igreja. A Igreja é o fim de todas as coisas. Até as próprias vicissitudes dolorosas, como a queda dos anjos e o pecado do homem, não foram permitidas por Deus senão como ocasião e meio de pôr em acção toda a força do seu braço, toda a medida do amor que queria dar ao mundo: «Assim como a vontade de Deus é um acto e se chama mundo, do mesmo modo a sua intenção é a salvação dos homens e chama-se Igreja» (CIC 760)¡±

No programa passado, que teve por tema "Igreja da Trindade", padre Gerson Schmidt* começou recordando que "Deus Pai tem a iniciativa da Igreja, pois tem criado o mundo para salvar-nos em Cristo e, portanto, por meio da Igreja." Na edição de hoje deste nosso espaço, o sacerdote gaúcho aprofunda o tema da relação da Igreja com as Pessoas da Trindade, falando sobre "O mistério do Pai na Igreja":

"A Constituição Dogmática conciliar , resgatando pensamento paulino da Carta aos Romanos, aponta que que a todos os eleitos desde toda a eternidade, o Pai os conheceu de antemão e os predestinou a ser conformes à imagem de seu Filho, para que este seja primogênito entre muitos irmãos (cf. Rm 8,29; LG, 02). Deus Pai tem a iniciativa da Igreja, pois tem criado o mundo para salvar-nos em Cristo e, portanto, em sua Igreja.

 

 

¡°O mundo tem sido criado em Cristo e com vistas a Cristo, aponta o teólogo SAYÉS. O mundo de fato tem sido criado em Cristo, conforme a Carta aos Efésios e a carta aos Colossenses (Ef 1; Col 1,15). O concílio se limita a um fato real: a encarnação e, portanto, a Igreja tem sido decretada por Deus Pai para elevar o homem à participação da vida divina e, caído no pecado, não o abandonou, mas que lhe dirigiu sempre sua ajuda e atenção a Cristo Redentor. A Igreja já estava prefigurada nas origens da humanidade, quando em Adão, o homem havia sido elevado à vida divina. O teólogo Hermas escreveu: ¡°o mundo foi criado em vistas à Igreja¡±. Portanto, por meio destes teólogos, percebemos que o desígnio de Deus Pai foi criar o mundo em vista da Igreja, para operar, por meio dela, a obra redentora de Seu Filho.

O desígnio do Pai de salvar os homens pela Igreja tem as seguintes etapas históricas:

Primeiro: A Prefiguração ¨C no começo do mundo;

Segundo: A preparação ¨C na história de Israel;

Terceiro: A instituição ¨C no tempo de Cristo;

Quarto: A consumação ¨C no final da história[1].

A Igreja estava prefigurada nas origens da humanidade, quando da criação. Deus, conhecedor da história de todos os tempos, já havia pensado na Igreja. A prefiguração da Igreja acontece no começo do mundo. O Concílio de Trento diz que Adão foi constituído em santidade e justiça. A graça que Adão possuía não pode ser uma graça à margem de Cristo e, portanto, à margem da Igreja. A graça é nossa entrada no seio mesmo da Trindade, e entramos como filhos no Filho Unigênito do Pai.

É a elevação sobrenatural que estabelece em nós relações diferenciadas com as três pessoas divinas. Somos filhos do Pai, irmãos de Cristo, no amor do Espírito Santo. Algo deve estar claro: se Deus deu ao homem sua intimidade desde o princípio, fez isso por Cristo. Deus criou no princípio o mundo em Cristo, em vistas dele. E todo o Espírito concedido aos homens antes da encarnação foi em vista dela.

Na profissão de fé, do Credo católico, professamos que cremos na Igreja. Não podemos dizer ¡°Creio na Santa Igreja¡± da mesma forma como dizemos que cremos nas pessoas da Santíssima Trindade. A Igreja não é uma criatura que pode ser colocada ao nível de Deus. Mas também a Igreja não é uma simples criação, mas que entra no mistério de Deus e se une a Cristo como seu corpo e sua esposa. É assim que pensavam os escolásticos. Cremos na Igreja, não como realidade sociológica, mas enquanto está mergulhada no mistério salvífico de Deus."

*Padre Gerson Schmidt foi ordenado em 2 de janeiro de 1993, em Estrela (RS). Além da Filosofia e Teologia, também é graduado em Jornalismo e é Mestre em Comunicação pela FAMECOS/PUCRS.

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[1] SAYÉS, José Antonio. La Iglesia de Cristo, Curso de Eclesiologia, Editora Pelicano, Madrid, 1999, p. 33.

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12 setembro 2022, 09:25