ÐÓMAPµ¼º½

Busca

Crian?as afeg?s e outros evacuados ap¨®s chegada ao Aeroporto Internacional de Incheon, Coreia, depois de fugir de seu pa¨ªs com a chegada do Talib?. (Foto de Anthony WALLACE / AFP) Crian?as afeg?s e outros evacuados ap¨®s chegada ao Aeroporto Internacional de Incheon, Coreia, depois de fugir de seu pa¨ªs com a chegada do Talib?. (Foto de Anthony WALLACE / AFP) 

Irm? Shehnaz: se o Talib? quiser, estou pronta para voltar

O testemunho da irm? Shehnaz, respons¨¢vel pela Associa??o Pro Bambini de Cabul, na capital afeg?, que conseguiu retornar ¨¤ It¨¢lia ap¨®s a chegada das mil¨ªcias: ¡°O povo nos amava e nos respeitava. Os que ficaram me ligam para perguntar quando o nosso trabalho ser¨¢ retomado¡±. Mesmo que agora n?o exista a presen?a da Igreja, permanece o desejo de poder reiniciar projetos de ajuda e apoio.

Federico Piana-Cidade do Vaticano

Ouça e compartilhe!

A passagem emocionalmente mais forte do testemunho da irmã Shehnaz acontece quando você menos espera. Quando a religiosa da Congregação das Irmãs da Caridade de Santa Joana Antida Thouret, falando de sua fuga perigosa e ousada de Cabul, pronuncia com desarmante simplicidade uma frase que tem um incrível poder de amor: ¡°Se o Talibã quiser nos ver novamente entre eles, serei a primeira a regressar ao Afeganistão¡±.

Irmã Shehnaz define os talibãs como ¡°nossos irmãos¡± e não esconde o fato de que, nas horas que marcaram a chegada dos milicianos à capital afegã, o medo de não conseguir estava quase tomando conta: ¡°Naqueles momentos, a superiora geral da minha Ordem estava em contato comigo 24 horas por dia. Se eu não dormia ela não dormia: desde a queda de Cabul, a cada segundo ela esperava por notícias nossas. Foi uma experiência que realmente me custou muito, mas que fortaleceu a minha f顱.

Por fim, em Roma

 

A religiosa conseguiu chegar em Roma no dia 25 de agosto, acompanhada por quatro de suas consorelas e quatorze pequenos órfãos. Irmã Shehnaz os conhecia um por um: eram algumas das crianças que ela cuidava como responsável pela gestão da Associação Pro Bambini de Cabul, nascida por motivação de São João Paulo II, em 2004.

 

¡°Agora as crianças que vieram conosco - explica irmã Shehnaz - são cuidadas pelas irmãs de Madre Teresa de Calcutá. Mas o pensamento vai para aqueles que ficaram. A Associação cuidava de crianças dos 6 aos 12 anos: a nossa tarefa consistia, acima de tudo, em capacitá-las para ingressarem nas escolas públicas e no sustento às suas famílias¡±.

O desejo de voltar para Cabul

 

Irmã Shehnaz não pensa que a missão de sua associação, formada por membros de catorze Ordens religiosas, esteja definitivamente encerrada. Ela repete com convicção que, se o novo governo talibã as aceitar, não hesitará em recomeçar de onde parou: ¡°Nosso trabalho ¨C recorda ela ¨C era muito lindo. Existem famílias de setenta crianças que ficaram em Cabul que me ligam todos os dias e dizem: Irmã, quando você volta? O que podemos fazer? No entanto, vamos aguardar, porque a realidade também pode mudar¡±.

'Pequena Igreja' amada pela população

 

A Igreja Católica no Afeganistão era composta por um número pequeno, quase ínfimo. ¡°Basicamente - diz a irmã Shehnaz ¨C a Igreja éramos nós: nossa Congregação, as irmãs de Madre Teresa de Calcutá, os jesuítas e a Associação Pro Bambini de Cabul. Entre a população não havia nenhum católico¡±.

Então, como se explica que a atividade da 'pequena Igreja' era amada e respeitada por todos? ¡°Porque - afirma a religiosa - sempre ajudamos, independentemente da fé religiosa. Respeitávamos a todos e recebiamos o mesmo respeito que demos. Vivíamos na realidade das pessoas, em meio à pobreza, sem optar por ir a lugares protegidos e privilegiados. Nós nos vestíamos e comíamos como eles e nos identificávamos tanto que nem percebíamos que estávamos em um país estrangeiro¡±.

Obrigado por ter lido este artigo. Se quiser se manter atualizado, assine a nossa newsletter clicando aqui e se inscreva no nosso canal do WhatsApp

05 setembro 2021, 08:40