Reflex?o para o 22? Domingo do Tempo Comum
Padre Cesar Augusto, SJ ¨C Vatican News
A primeira leitura, tirada de Deuteronômio 4, 1-2.6-8 nos fala do povo judeu como uma nação plena de leis sábias e inteligentes. Para que esse povo, vivendo no exílio, seja fiel ao Senhor e não caia na idolatria, ele deverá se manter fiel às leis e decretos. Aí está a resposta à aliança, não demonstrada em cultos, mas na prática da justiça, que provocará a admiração e os elogios das demais nações, como está escrito nos versículos 6 a 8.
O Evangelho Marcos 7,1-8.14-15.21-23 apresenta uma discussão entre os judeus e Jesus porque os discípulos deste não observam as regras determinadas por eles antes das refeições. O Senhor aproveita o ensejo para corrigi-los por seguirem preceitos humanos e abandonarem os mandamentos divinos. A questão se desenvolve sobre o que é puro e impuro. Segundo os versículos 15, 21,22 e 23, o conceito de Jesus para o que seja puro ou impuro está marcado pela intenção do ser humano, por sua opção, em não seguir os preceitos divinos, mas os humanos. Por isso o impuro é o que sai do homem, o que fere o decálogo. O acento está colocado, não tanto nos códigos das leis, mas no homem, imagem de Deus. Vê-se a importância, dada por Jesus, ao ser humano que, por nada e para nada deverá ser sacrificado. Nenhuma lei é superior ao ser humano, principalmente depois que o Verbo se encarnou e se fez um deles, primogênito de toda criatura, como diz Paulo em Colossenses 1,15.
A segunda leitura extraída de Tiago 1,17-18.21-22.27 começa com uma afirmação que nos deixa muito felizes: ¡°todo dom precioso e toda dádiva perfeita vêm do alto;¡± Tiago está falando da religião que temos, que recebemos de Deus que nos impele aos compromissos de solidariedade e misericórdia. Por isso nossa perícope termina assim: ¡° com efeito, a religião pura e sem mancha diante de Deus Pai é esta: assistir os órfãos e as viúvas em suas tribulações e não se deixar contaminar pelo mundo.¡± A doutrina ensinada por Tiago é muito simples e fácil de ser praticada. Não exige ritualismo e nem práticas devocionais. Ao contrário, ela nos conduz à prática de uma religião que favorece os compromissos do dia a dia, nos levando a uma vida de fraternidade, sem olhar o mérito do outro, mas simplesmente vendo a necessidade do irmão. Ela nos incentiva ao serviço generoso para com os necessitados, como nos ensinou o Evangelho. O versículo 18, nos inspira a lembrança de que somos batizados e, por isso mesmo, somos como Jesus Cristo, ¡°as primícias de suas criaturas.¡±
Deus nos pede ir ao outro, especialmente ao marginalizado. Será nessas sendas da fraternidade e da justiça que chegarei ao Senhor e lhe prestarei o devido culto, sem a corrupção do mundo. Poderemos dizer, quanto maior a fraternidade, maior será o culto, maior será a glória de Deus!
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