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Risco de guerra civil em Mianmar. Mais uma igreja atingida por disparos do ex¨¦rcito

Na noite de ontem, mais uma igreja foi alvo de disparos em Mianmar, desta vez na cidade de Demoso. N?o houve v¨ªtimas. Mas os combates entre o ex¨¦rcito e for?as de resist¨ºncia se intensificam e a guerrilha corre o s¨¦rio risco de se espalhar por todo o pa¨ªs muito em breve, segundo alertou uma fonte an?nima. Nos ¨²ltimos cinco dias, aproximadamente 70.000 civis foram deslocados de cerca de 150 povoados em Demoso, Loikaw e Pekhon

Vatican News

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Alguns foguetes disparados por soldados do exército regular birmanês atingiram na noite desta quarta-feira, 26, a Igreja católica de São José na cidade de Demoso, no Estado de Kayah, leste de Mianmar, onde são travados intensos combates entre militares e grupos de resistência locais. No domingo, havia sido atingida a Igreja do Sagrado Coração no povoado de Kayanthayar, região de Loikaw.

Conforme confirmado à Agência Fides pelo padre Philip Aung Nge, procurador da Diocese de Loikaw, os projéteis de morteiro atingiram a igreja em Demoso que, como todas as quatro igrejas católicas da cidade, também se tornou um local de proteção para os civis deslocados e indefesos.

 

Os disparos não causaram vítimas, mas apenas danos na igreja. Devido ao aumento nos combates, o pároco havia decidido deslocar as pessoas para uma capela menor e mais isolada. Conforme informado à Agência Fides, os combates continuam na região de Demoso (Estado de Kayah) e de Pekhon, no vizinho Estado de Shan. ¡°Estamos em uma situação de guerra urbana que não se via em Mianmar desde 1948¡±, conta o sacerdote.

¡°Não podemos afirmar que os alvos sejam as igrejas, mas vemos que a artilharia militar dispara indiscriminadamente sobre a cidade sem poupar alvos civis como mosteiros, igrejas, escolas, casas¡±, diz o pároco.

As igrejas estão cheias de pessoas deslocadas, a maioria são cristãos, já que cerca de um terço da população do Estado de Kayah professa a fé em Cristo. A Igreja Católica local, graças ao trabalho incansável dos sacerdotes, religiosos e leigos, garante a acolhida, mas também a alimentação. ¡°Em todas as igrejas do Estado damos assistência com alimentos, remédios, mas também consolo e conforto espiritual¡±, afirma o padre Philip Aung Nge.

Os combatentes da resistência civil no Estado de Kayah se organizaram na "Força de Defesa do Povo Karenni" (KPDF), que se opõe à militarização da área, enquanto a junta militar ordenou o fortalecimento das medidas de inteligência, controlando as redes telefônicas., Internet e telefones celulares de residentes. Os militares do Tatmadaw (o exército birmanês) sofreram baixas nos distritos de Demoso, Loikaw e Pekhon.

 

Como resultado desses confrontos, nos últimos cinco dias aproximadamente 70.000 civis foram deslocados de cerca de 150 povoados em Demoso, Loikaw e Pekhon: 50.000 no Estado de Kayah e 20.000 no Estado de Shan. Muitos moradores fugiram de suas casas e se deslocaram para colinas ou bosques. Os residentes nas cidades buscam refúgio em mosteiros, igrejas e lares para idosos, escolas, mas mesmo lá não estão em segurança devido aos bombardeios maciços.

Segundo as fontes da Agência Fides, a guerrilha corre o sério risco de se espalhar por todo o país muito em breve: os grupos da "Força de Defesa do Povo", as forças de defesa popular, ativas em todo o território nacional, estão organizando a resistência armada em todas as grandes cidades birmanesas, enquanto nos 30 grandes centros urbanos há toque de recolher.

¡°A guerra civil está cada vez mais perto. Estamos muito tristes com esse desdobramento dos acontecimentos. Mas o povo, provado pela repressão, não vê outro caminho possível, enquanto o exército atinge civis, mulheres e crianças: estes são atos criminosos aos quais as pessoas se opõem como legítima defesa", diz a fonte da Fides.

Com Agência Fides

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27 maio 2021, 12:45