Portugal/CNJP alerta para a cultura do ¡°descarte¡± dos idosos
Domingos Pinto - Lisboa
¡°Podemos colher, de facto, uma primeira lição desta pandemia que é a redescoberta do valor em todas as suas fases e de modo particular nesta fase última¡±, que é a velhice.
É deste modo que o Presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz contextualiza para o VATICAN NEWS a nota que aquele organismo da Conferência Episcopal Portuguesa divulgou no passado dia 27 de julho sobre o impacto da pandemia nos mais velhos.
Uma nota que cita o Papa Francisco para falar de uma ¡°cultura do descarte¡± dos mais idosos, mais percetível em tempo de pandemia naqueles que ¡°estão ¡®confinados¡¯ em lares, impedidos, face aos riscos de contaminação, de receber visitas dos seus familiares¡±.
¡°Temos de pensar em alternativas e já há conhecimento de experiências bem interessantes que vão sendo postas em prática um pouco por todo o mundo. Soluções mais humanizadas de combate ao isolamento que, numa perspetiva intergeracional, permitem que jovens estudantes, a troco de alojamento, acompanhem os mais velhos que assim permanecem na sua casa¡±, lê na nota.
A CNPJ propõe ainda outras alternativas como a construção de unidades residenciais autónomas e soluções mais integradoras na vida ativa, ¡°pela diversificação de postos de trabalho e de novas áreas e perfis funcionais, pelo desdobramento de horários de trabalho¡±.
Nesta reflexão, são exigidas políticas públicas estruturadas a pensar nos idosos, nomeadamente um número suficiente de unidades de cuidados continuados e paliativos que garantam um final de vida digno para os mais velhos, a reformas/pensões suficientes e justas que permitam autonomia de vida, a modelos concretos organizativos que possibilitem a sua participação¡±.
Ao portal da Santa Sé a o Presidente da CNJP diz que ¡°esta é uma ocasião para nós repensarmos a maneira como temos estruturado as nossas sociedades para que ao reconstruí-las não reproduzamos os defeitos que elas tinham antes¡±.
¡°Nunca devemos pensar que são um peso¡±, alerta Pedro Vaz Patto que considera fundamental ¡°valorizar esta fase da vida, um contributo que não é apenas cuidar dos idosos, é também permitir que eles deem o seu contributo que é insubstituível para a família e para a sociedade em geral¡±.
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