A despedida de dom Giovanni d'Aniello: do Rio, porque "o Cristo abra?a o Brasil inteiro"
Vatican News
Logo pela manhã, da última quinta-feira, 20 de agosto, dom Giovanni d¡¯Aniello esteve no Cristo Redentor, uma das 7 Maravilhas do Mundo Moderno. Do alto do Corcovado, deu a bênção com o Santíssimo Sacramento à cidade do Rio de Janeiro:
¡°Estive tantas vezes no Rio de Janeiro e, agora que vou embora, em missão para a Rússia, desejei antes vir aqui. Fui visitar e cumprimentar a Mãe Aparecida, e não poderia deixar de me despedir do Filho, o Redentor, que sempre me acolheu de braços abertos. Será uma despedida simbólica do Rio de Janeiro e de todos os brasileiros, porque o Cristo abraça o Brasil inteiro.¡±
Dom Giovanni foi acolhido pelo arcebispo metropolitano, cardeal Orani João Tempesta, de quem partiu o convite, e também pelo reitor do Santuário Cristo Redentor, Pe. Omar Raposo: ¡°agradeço muito a dom Orani por organizar esta visita porque, desde o primeiro momento, ele me mostrou sua amizade e compreensão. Estou muito feliz por estar aqui, mesmo não podendo dar aquele abraço que vocês, brasileiros, tanto gostam. Mas podemos nos sentir abraçados pelo Redentor e, dessa forma, nos abraçarmos igualmente¡±, completou o núncio.
A missa de ação de graças
Na Igreja de Nossa Senhora da Glória do Outeiro, na Glória, dom Giovanni foi recebido pelo reitor, monsenhor Sérgio Costa Couto. O núncio apostólico presidiu missa em ação de graças pelo fecundo ministério como representante diplomático da Santa Sé e do Papa Francisco no Brasil, e também implorou bênçãos para a sua nova missão. Entre os concelebrantes, estavam dom Orani, seus bispos auxiliares, os bispos do Regional Leste 1 da CNBB, que compreende as dioceses do Estado do Rio de Janeiro, e diversos sacerdotes.
Na homilia, ao expressar alegria por estar em solo carioca antes da partida para a nova missão, dom Giovanni enfatizou a unidade estabelecida com o episcopado durante o período em que esteve à frente da Nunciatura Apostólica no Brasil:
¡°Partir é sempre um pouco como morrer. A saudade agora faz parte da minha vida, mas sigo com muita alegria, porque aqui aprendi muito. Agradeço a Deus por tudo o que vocês, com toda a simplicidade, me deram ao longo desses anos, além da possibilidade de também poder viver o meu sacerdócio. O céu se maravilhou com a proximidade que criamos, não somente com os bispos, mas com os demais padres. Isso faz parte de nós, somos padres como tantos outros. Somos revestidos de uma responsabilidade a mais, que é o episcopado, mas somos padres. Não há nada de excepcional se desenvolvermos sempre mais essa amizade.¡±
Ser luz na vida dos outros
De acordo com a liturgia do dia, e na memória de São Bernardo de Claraval, dom Giovanni convidou todos a refletir sobre a importância de ser luz na vida das pessoas:
¡°A luz de Deus nos orienta, aquece e dissipa as trevas. Temos de ser, a cada dia, no nosso empenho pastoral, essa luz que anima e esquenta os que estão em dificuldades, que têm medo. Sejamos a luz que abre caminhos, que ilumina o que está ao redor de nós para que, dessa forma, possamos enxergar o que está ao nosso redor. E o que seria isso senão a presença constante de Deus nas pessoas as quais temos de ir para levar uma mensagem de paz. Ser luz é ter essa capacidade de iluminar e ver as coisas boas que nos cercam.¡±
Igreja Viva
Durante os mais de 8 anos em que esteve à frente da Nunciatura Apostólica no Brasil, dom Giovanni visitou, pelos menos, 150 dioceses, e esteve presente em todos os estados brasileiros. Neste período, ele pôde verificar a tenacidade da Igreja Católica frente às mazelas sociais e humanas:
¡°Infelizmente, parece que o mundo só quer mostrar as sombras. É nossa tarefa, enquanto servidores do Evangelho, dizermos que para a escuridão existe a luz. Há tantas coisas boas que fazemos, iluminando as pessoas com um raio de esperança. Fui testemunha do empenho de todos, e isso faz com que eu saia daqui com o coração cheio de alegria e gratidão. Agradeço os anos de missão aqui no Brasil. Experimentei uma Igreja verdadeiramente viva, que coloca em prática o que prega. De modo particular, nestes tempos de pandemia, pude ver o empenho dos bispos para testemunhar a solicitude da Igreja com o povo brasileiro. A experiência de uma Igreja viva, de proximidade com os que mais sofrem, vai me acompanhar na minha missão na Rússia.¡±
O pedido de orações por dom Giovanni
Dom Giovanni ainda expressou o desejo de perpetuar a missão realizada no Brasil em terras russas:
¡°Essa é a mesma missão que tentarei cumprir na Rússia. Será outro campo de apostolado, mas também será uma missão muito importante. Devemos ser presença em meio à Igreja Ortodoxa. Que com minha pequenez, eu também possa ser essa mesma luz que mostra à humanidade a presença de Deus. O que penso, ao deixar o país, é que vocês continuarão rezando por mim. Rezem por mim. Vocês nunca mais sairão do meu coração e acho que também não sairei do coração de vocês. Construímos uma amizade. O que temos de fazer não é nos mostrar aos outros, mas fazer com que Cristo apareça para os demais.¡±
Homenagens
No final da celebração, dom Orani presenteou o núncio com uma estátua de São Jorge, já que o santo mártir é o padroeiro da cidade de Moscou, local onde está instalada a sede da nunciatura, e onde Dom Giovanni exercerá a sua missão. O arcebispo de Niterói e presidente do Regional Leste 1, dom José Francisco Rezende Dias, em nome de todos os bispos, também agradeceu o trabalho desempenhado no país.
Colaboração: Carlos Moioli da Arquidiocese do Rio de Janeiro
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