ÐÓMAPµ¼º½

Busca

Guerra na ³§¨ª°ù¾±²¹ Guerra na ³§¨ª°ù¾±²¹ 

³§¨ª°ù¾±²¹: crist?os entre as v¨ªtimas do ataque ¨¤s mil¨ªcias curdas

¡°Onde h¨¢ guerra ou divis?es deve-se levar ajuda, n?o vender armas, mas ajudar a dialogar¡± palavras do vig¨¢rio apost¨®lico de Aleppo, Dom Georges Kazen. N?o h¨¢ paz para a ³§¨ª°ù¾±²¹. A a??o militar dos turcos contra as mil¨ªcias curdas no nordeste da ³§¨ª°ù¾±²¹ amea?a todos os habitantes do territ¨®rio, incluindo os crist?os

Cidade do Vaticano

Depois de cinco dias de bombardeios no nordeste da Síria, o governo da Turquia permanece firme na sua própria posição apesar da mobilização internacional contra os ataques. As forças turcas, apoiadas pelos combatentes locais e elementos jihadistas, entraram em Ras as-Ain, localidade estratégica curda na fronteira com a Turquia, anunciando a vitória local. Segundo as autoridades turcas os combates ainda continuam, como confirmou o Observatório sírio pelos direitos humanos segundo o qual teria havido ¡°execuções sumárias¡± de ao menos nove civis por parte dos milicianos pró-turcos, entre as quais a conhecida ativista de 35 anos Hevrin Khalaf, assassinada no dia 12/10.  O número de vítimas aumenta cada vez mais. Segundo a Agência Ansa, o governo da Turquia anunciou nesta segunda-feira (14) que já foram mortos ¡°500 terroristas¡± e presos outros 50 (feridos ou capturados). Número que não são verificáveis de modo independente.

Ouça e compartilhe!

Bloquear exportação de armas

Enquanto isso cresce o isolamento turco. Durante as manifestações contra a guerra, uniu-se a condenação da Liga Árabe à ¡°agressão turca¡±, segundo um comunicado do Ministro do Exterior da organização, pedindo a retirada imediata das tropas do presidente turco Recep Tayyip Erdo?an. A França e a Alemanha já decidiram bloquear as exportações de armas à Turquia. Se a Turquia não mantiver ¡°seus compromissos, incluindo a tutela das minorias religiosas, vamos impor sanções muito duras¡±, afirmou o presidente Donald Trump que, segundo o secretário da Defesa americano Mark Esper, mandou evacuar cerca de mil soldados americanos de todo o norte da Síria.

O testemunho

Os curdos não são as únicas vítimas da ofensiva turca. No norte da Síria governado pelas milícias curdas, vivem outras minorias entre as quais cristãos, como recordou o Papa no Angelus. Isso é destacado pelo vigário apostólico de Aleppo dom Georges Abou Kazen, ao falar ao Vatican News. É difícil saber com exatidão o número de cristãos na região: antes do início da guerra os cristãos estavam presentes em todas as principais localidades do território. Muitos deles fugiram entre 2004 e 2007, diante da invasão do Isis, mas agora a perspectiva é que outros serão obrigados ao êxodo por causa dos ataques dos turcos.

Dom Georges Kazen responde a algumas perguntas:

Segundo o governo turco o objetivo desta ofensiva é libertar o território sírio da presença dos curdos para que os sírios refugiados na Turquia possam voltar à sua pátria. Mas, os curdos, para onde irão?

Dom Georges Kazen: De fato. O que eles querem fazer? Naquele território, muita gente não saiu de suas casas. As tribos árabes, curdos, cristãos¡­ Então como vão fazer para colocar outras pessoas no lugar deles, que sempre moraram ali? Se os turcos realmente têm essa ideia, a solução será ainda pior do que a situação atual, ou seja, mandar embora os moradores para substituí-los com outras pessoas.

Significaria criar mais conflitos e tensões¡­

Dom Georges Kazen: Exatamente. E ainda dizem que ainda há 10 mil Daesh (do Isis) dentro das prisões curdas. O que a Turquia fará? Serão libertados? Seguimos com muita preocupação os acontecimentos, por que recorrer à guerra? A guerra sempre cria base para outra guerra. Não é uma solução, principalmente ali, onde estão todos estes grupos étnicos e religiosos. O que está acontecendo é um drama humano e também um crime.

A situação na Síria parece se complicar cada vez mais. Há alguma esperança para uma solução pacífica?

Dom Georges Kazen: O problema da Síria é que não é um problema interno. Saibam que a Síria é formada por 23 grupos étnicos e religiosos  diferentes. Antes era um belo mosaico, viviam todos juntos, mas com a ajuda das grandes potências ocidentais agora querem reduzir tudo a uma só bandeira, uma bandeira preta. Nós ficamos muito preocupados com isso e nos dá muito medo.

Chegam pedidos de ajuda para vocês? Conseguem ajudar as famílias, os refugiados¡­

Dom Georges Kazen: Nós temos que agradecer verdadeiramente a Igreja Católica universal, assim como muitos dos nossos benfeitores, ONGs, que nos ajudam. Graças a eles podemos ajudar. Os pedidos são muitos, é claro, agora há estes novos refugiados, alguns dizem que são 100 mil outros 200 mil com a invasão turca, porque estão bombardeando com aviões, canhões, carros armados e tudo mais. Fazemos o que podemos. Vamos ver como vai terminar.

Concluindo, o senhor que recomendar alguma coisa, fazer algum pedido?

Dom Georges Kazen: Rezem por nós! Rezem por nós. Onde há guerra ou divisões é preciso levar ajuda, não vender armas, mas ajudar a dialogar, porque com o diálogo pode-se chegar a todas as soluções.

 

 

 

Obrigado por ter lido este artigo. Se quiser se manter atualizado, assine a nossa newsletter clicando aqui e se inscreva no nosso canal do WhatsApp

14 outubro 2019, 11:24