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Domingos Pinto – Lisboa

“Temos de ser a voz daqueles que não têm voz e, principalmente, temos de estar com eles, nos momentos bons e menos bons. Nós temos que testemunhar a presença de Cristo”.

É desta forma que a Presidente do Conselho Nacional da Sociedade São Vicente de Paulo em Portugal sublinha ao portal da Santa Sé o sentido da missão das Conferências Vicentinas junto das comunidades, sobretudo das mais desfavorecidas.

Declarações de Alda Couceiro à margem da reunião do Conselho Geral Internacional da Sociedade de S. Vicente de Paulo que decorreu de 11 a 16 de junho na Casa Diocesana de Vilar, no Porto.

Segundo aquela responsável, Portugal tem cerca de 11 mil vicentinos, distribuídos por 21 Concelhos e pouco mais de 820 conferências vicentinas. Já a nível mundial, há 800 mil vicentinos, e cerca de 55 mil conferências, uma ajuda diária a perto de 30 milhões de pessoas.

“O que nos preocupou mais foram os problemas sociais, estas desigualdades entre países”, diz Alda Couceiro que em relação a Portugal considera que “há muita fome escondida, e há muita pobreza escondida”.

Para Alda Couceiro, “há famílias que perderam tudo e perderam a sua dignidade”, e por isso “não é fácil falar em Cristo que nós testemunhamos, que nós vivemos, que nós acreditamos, a famílias que têm fome, a famílias que tiveram uma vida razoável e que neste momento não têm nada”.

“A nossa filosofia não é estar sentado à espera que nos venham visitar. A nossa filosofia é ter disponibilidade para visitar as pessoas nas suas casas”, explica a presidente da SSVP que diz ser preciso “seguir o ideal do nosso fundador, de Frederico Ozanam”, e “encarar a pobreza de frente”.

Neste contexto, aquela responsável defende para a SSVP “uma maior formação, uma melhor formação e o rejuvenescimento das nossas conferências”, e destaca ainda o testemunho do Papa Francisco.

“Ele tem um carisma especial”, diz Alda Couceiro que entende que seria “bom que alguns políticos seguissem o seu exemplo, se preocupassem com o mundo, se preocupassem com a Terra e se preocupassem essencialmente com as pessoas”.

A primeira Conferência Vicentina em Portugal foi criada em Lisboa, em 1859, sendo depois fundado o Conselho Nacional, que resultou da fusão dos Conselhos Superiores Masculino e Feminino Portugueses, em 1976.