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H¨¢ 55 anos a hist¨®rica viagem de Paulo VI ¨¤ Terra Santa

Em 1964, Papa Paulo VI tornou-se o primeiro pont¨ªfice, depois de Pedro, a p?r os p¨¦s na terra de Jesus. A viagem papal teve uma cobertura midi¨¢tica sem precedentes: mais de mil jornalistas de todas as partes do mundo acompanharam o Pont¨ªfice nos seus traslados. Trechos da sua hist¨®rica viagem descritos pelo ent?o secret¨¢rio particular Pasquale Macchi e pelo historiador jesu¨ªta Giovanni Sale

Jane Nogara - Cidade do Vaticano

Na manhã de 4 de dezembro de 1963, ao final da segunda sessão conciliar, Paulo VI anunciou a sua vontade de viajar à Terra Santa em janeiro do ano seguinte. O anúncio supreendeu os padres conciliares: ¡°Estamos convencidos de que para obter um bom resultado do Concílio, devemos elevar pias súplicas, multiplicar as obras e, após maduras reflexões e muitas orações dirigidas a Deus, decidimos nos dirigir como peregrinos àquela terra, pátria do Senhor nosso Jesus Cristo... com a intenção de reevocar, pessoalmente, os principais mistérios de nossa salvação, ou seja, a encarnação e a redenção¡±. Pela primeira vez na história da Igreja, um Papa cruzaria os confins europeus subindo em um avião.

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Viagem de natureza espiritual

O historiador jesuíta Giovanni Sale em 17 de maio de 2014 recordou na revista La Civiltà Cattolica que ¡°a peregrinação de Paulo VI queria ser apenas de natureza espiritual, como afirmado várias vezes pelo Papa: ¡°Será uma viagem de oração e de humildade, um ato puramente religioso, absolutamente alheio a todo tipo de considerações políticas e temporais¡±. Padre Sale destaca os vários preparativos da viagem papal, colocando em evidência como a Santa Sé procurou de todas as formas evitar qualquer possível instrumentalização política.

É preciso recordar que na época a Terra Santa era dividida entre Israel e Jordânia. Depois da sua etapa em Amã, onde foi recebido e acompanhado pelo rei Houssein durante toda a sua permanência no país, o Papa foi até Jerusalém de carro. No caminho fez uma parada no Jordão, lugar onde segundo a tradição Jesus foi batizado.

A inesquecível chegada em Jerusalém

Seu secretário particular na época Pasquale Macchi, deu um significativo depoimento à revista italiana 30Giorni em fevereiro de 2000 sobre a chegada do Papa: ¡°Não posso esquecer o impacto com a multidão que o esperava junto à Porta de Damasco, que já tinha invadido os espaços reservados às autoridades: o carro do Papa balançou como um barco e com dificuldade o Papa conseguiu atravessar a porta de Damasco. O seu trajeto na Via Dolorosa foi dramático: parecia que o Papa estava afundando na multidão, na realidade ele estava sereno e feliz de poder subir o Calvário na mais profunda união com Jesus¡±.

Em Nazaré lições do Evangelho

Em Nazaré ¨C continua o então secretário de Paulo VI - ao visitar o lugar da Anunciação, pediu à Maria Santíssima, para ser introduzido ¡°na intimidade com Cristo, seu humano e divino Filho Jesus¡±.

¡°Ali retomou as grandes lições do Evangelho: lição do silêncio, da vida familiar, do trabalho para depois oferecer quase uma transcrição moderna das Bem-aventuranças ensinadas por Jesus¡±

Encontro com Atenágoras I

Pasquale Macchi descreve também com muito sentimento o encontro de Paulo VI com Atenágoras: ¡°O Patriarca de Constantinopla veio a Jerusalém especialmente para encontrar Paulo VI. O primeiro afetuoso abraço deu-se na noite de 5 de janeiro na residência da delegação apostólica: os gestos, as palavras, o Pai Nosso recitado nas duas línguas ¨C latina e grega ¨C o afeto e a estima que transpareciam com tanta sinceridade, davam a entender que alguma coisa grande e única estava acontecendo¡±.

Etapas marcantes

Monsenhor Pasquale Macchi segue descrevendo outros tocantes momentos da visita: ¡°Muitas outras etapas levaram a lugares cheios de memória e de mistério: o beijo na terra ensanguentada no Getsêmani, a oração de joelhos no chão do Cenáculo, o beijo na pedra às margens do Lago onde Jesus confiou sua Igreja à Pedro, a subida no Monte Tabor na doce luz do crepúsculo, foram experiências que marcaram o coração do Papa e deixaram uma viva recordação em todos nós¡±.

O retorno a Roma do Papa Paulo VI, na noite do 6 de janeiro, foi triunfal: inesperadamente ele foi recebido com grande entusiasmo pelos romanos, que tinham acompanhado os momentos mais importantes da sua viagem pela televisão. Acompanharam-no durante todo o percurso até o Vaticano. No final ele teve que assomar à sua janela para abençoar a multidão que se reunira na praça.

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03 janeiro 2019, 14:23