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Solenidade de Santa Maria, M?e de Deus
Solenidade de Santa Maria, M?e de Deus

Solenidade de Santa Maria, M?e de Deus

A oitava do Natal coincide com o Ano Novo. Visto que os pag?os celebravam este dia com devassid?o e supersti??o, a Igreja antiga levou os fi¨¦is a come?ar o ano com um "esp¨ªrito novo", ou seja, com dias de prepara??o de penit¨ºncia e jejum.

No ano 431, durante o Conc¨ªlio de ?feso, que se concluiu em 22 de junho, foi definida a verdade de f¨¦ da "maternidade divina de Maria". Assim, em 1931, por ocasi?o do XV centen¨¢rio do Conc¨ªlio, o Papa Pio XI instituiu a sua festa lit¨²rgica, que j¨¢ se celebrava no s¨¦culo VII. Este ¨¦ um dia repleto de significado e mensagens: Oitava de Natal, Circuncis?o e Sant¨ªssimo Nome de Jesus, Solenidade de Maria, M?e de Deus, sem falar da comemora??o do Dia Mundial da Paz (institu¨ªdo, em 1968, por Paulo VI).

As mensagens deste primeiro dia de Ano Novo s?o realmente numerosas: somos convidados a aprender da Virgem M?e a "conservar" a Palavra e a nos questionar o que o Senhor Jesus vai nos dizer ao longo desses dias, sabendo que estamos sob o ¡°signo¡± das b¨ºn??os de Deus, como diz a primeira leitura extra¨ªda do livro de N¨²meros.

"Naquele tempo, os pastores foram com grande pressa e acharam Maria e José, e o Menino deitado na manjedoura. Vendo-o, contaram o que haviam ouvido sobre o Menino. Todos os que os ouviam ficavam admirados com o que os pastores lhes contavam. Maria, por sua vez, conservava todas essas coisas e as meditava em seu coração. Os pastores voltaram glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham ouvido e visto, e concordavam com tudo o que lhes havia sido dito. Completados os oito dias da sua circuncisão, o Menino recebeu o nome de Jesus, como o anjo havia dito, antes de ser concebido no seio materno" (Lc 2,16-21).

Nascimento do Menino

O evangelista Lucas não narra fatos extraordinários. O único acontecimento central que podia contar já tinha acontecido: o nascimento daquele Menino, que os anjos anunciaram como Salvador e Cristo Senhor (Lc 2,11), que ouvimos no Evangelho da Missa da manhã do Dia de Natal.

Os Pastores e as periferias do mundo

As primeiras pessoas a quem o anjo transmitiu a notícia foram os pastores, que também foram os primeiros, que, ¡°com grande pressa¡± (Lc 2,16), acorreram à gruta de Belém para ¡°ver este acontecimento¡± (Lc 2,15).

Como já tivemos a oportunidade de dizer, por ocasião do Natal do Senhor, visto que Jesus nasceu fora de Jerusalém, era inevitável que os primeiros a acorrer fossem os pastores: ¡°Quando chegaram à gruta, viram o Menino e contaram o que lhes havia sido dito" (Lc 2,17). Não esqueçamos que João Batista pregava no deserto e as pessoas iam até, negligenciando o Templo de Jerusalém! (II Domingo do Advento).

Os pastores representam os excluídos, os pecadores, os distantes, aos quais Jesus dispensou mais atenção, a ponto de suscitar discussões, às quais Ele mesmo respondeu: "Não vim pelos sãos, mas pelos enfermos; não vim pelos justos, mas pelos pecadores¡± (cf. Mt 9,13 - coerente com o texto de Samuel: a chamada de Davi, o pastor, 1Sm 16,19).

Pressa e louvor

A pressa dos pastores de ir à Gruta recorda a pressa com que Maria (Lc 1,39) foi visitar sua prima Isabel, após o anúncio do anjo, e o seu hino de exultação: o Magnificat. Também os pastores "maravilhados", ¡°voltaram, glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham visto e ouvido..." (Lc 2,20; cf. Dn 3,24.51). Poderíamos quase dizer que os pastores, por sua vez, se tornaram anjos, levando aos outros a Boa Nova, que haviam recebido, pois não podiam guardá-la para si, como disse João, mais tarde: ¡°O que ouvimos e contemplamos... nós vos anunciamos". Essas palavras ecoam e prolongam as palavras do Salmo 18: "Os céus narram a glória de Deus..." (cf. 1Jo 1,2-3; cf. Sl 18). Este anúncio alegre chegou também até nós, hoje, através gerações de "anjos", que transmitiram de "geração em geração"; quem se depara com o olhar de Jesus (cf. Mt 4,12-23) ou é seduzido pelo seu Amor (Jr 20,7) não pode deixar de contar aos outros... Isso envolve toda a sua pessoa, toda a sua vida: "Preguem sempre o Evangelho e, se necessário, também com as palavras" (Fontes franciscanas 43), disse São Francisco de Assis, explicando que as palavras são algo mais, o importante é deixar a vida falar.

Maria, Theotókos

Maria é a Mãe de Deus, Theotókos, porque é a Mãe de Jesus, verdadeiro Deus e verdadeiro Homem. Por isso, ela, mais do que ninguém, é a única que nos pode conduzir ao seu Filho; ninguém, como ela, sabe quem é Jesus e ninguém, melhor do que ela, sabe se relacionar com Ele. Maria é a Mãe que, diante das palavras dos pastores, entendeu logo que aquele Menino não era só ¡°seu Filho¡±: ¡°Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática¡±, disse Jesus (Lc 8, 19-21). Ela, que o carregou no ventre por nove meses, agora deve recebê-lo, todos os dias, sabendo ouvir todos aqueles que o Senhor lhe faria encontrar: pastores, magos, Simeão e Ana... porque cada um "revela" algo sobre a identidade de Jesus e sobre a sua missão.

01 janeiro
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