Angola. Onda de vandalismo em Luanda resulta em quatro mortos e mais de 500 detidos
Anastácio Sasembele ¨C Luanda, Angola
Desde segunda-feira, 28/7, que a capital angolana, Luanda, vive uma onda de vandalismo e saques a estabelecimentos comerciais, na sequência da anunciada greve dos taxistas.
Os taxistas também conhecidos como ¡°azuis e brancos¡± justificaram a paralisação dos serviços de táxis durante os dias 28, 29 e 30 de julho face ao aumento dos preços dos combustíveis. Entretanto alguns populares, aproveitando-se da situação, resolveram partir para actos de vandalismo e pilhagem a várias lojas, com a pretensa justificação do aumento do custo de vida e a ¡°degradação acelerada¡± da condição social.
As forças de defesa e segurança chamadas a intervir efectuaram vários disparos e detenções de forma a repor a ordem e a tranquilidade públicas.
A cidadã Celma Troco relatou a onda de vandalismo que observou na zona em que reside, em Luanda.
A Polícia Nacional disse que a situação está controlada, e actualizou na manhã desta terça-feira, 29/7, o número de cidadãos detidos durante os actos de vandalismo e saques a estabelecimentos comerciais.
De acordo com o porta-voz da corporação, o sub-comissário Mateus de Lemos Rodrigues, quatro cidadãos perderam a vida nos actos de vandalismo, arruaças e saques a estabelecimentos comerciais registados desde segunda-feira, na capital angolana, na sequência da paralisação dos taxistas.
Os dados provisórios apontam ainda para a detenção de mais de 500 cidadãos, 45 lojas vandalizadas, além de agências bancárias, autocarros e viaturas particulares danificadas.
A onda de vandalismo que se registou nos dias 28 e 29 vem na sequência de duas outras manifestações realizadas nos dias 19 e 26 de julho face ao aumento do custo de vida. O jurista António Ventura apela por isso ao executivo angolano a adoptar medidas compensatórias para aliviar o sofrimento da população.
Em comunicado, o MPLA, partido que sustenta o governo desde a proclamação da independência em 1975, ¡°denuncia¡±, que estas acções visam manchar e dificultar a celebração dos 50 anos de independência nacional a serem celebrados a 11 de novembro próximo.
E o especialista em assuntos eleitorais Luís Jimbo diz que o vandalismo e o saque a bens públicos e privados não se podem configurar numa maneira de manifestação e insta as autoridades a repor a legalidade.
A Associação Nacional dos Taxistas (ANATA) já emitiu um comunicado a anunciar o cancelamento da paralisação prevista para os dias 28, 29 e 30 de julho, contudo, conforme apuramos, os homens dos azuis e brancos permanecem em casa.
O jornalista e economista Carlos Rosado de Carvalho apela ao Presidente da República João Lourenço a estabelecer um diálogo franco e aberto com os principais actores sociais.
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