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Manifesta??es contra Faure Gnassingbe, em Lom¨¦ (Togo) Manifesta??es contra Faure Gnassingbe, em Lom¨¦ (Togo) 

Togo. Bispos denunciam ±¹¾±´Ç±ô¨º²Ô³¦¾±²¹ contra manifestantes e apelam ¨¤ responsabilidade

A Confer¨ºncia Episcopal do Togo condenou de forma veemente o uso excessivo da for?a contra manifestantes que, entre os dias 26 e 28 de Junho, sa¨ªram ¨¤s ruas para contestar altera??es constitucionais recentemente aprovadas no pa¨ªs. Os prelados descreveram a repress?o como ¡°inaceit¨¢vel e insuport¨¢vel¡±, advertindo que a cont¨ªnua eros?o da verdade e da justi?a amea?a mergulhar o pa¨ªs no caos.

Vatican News, com CISA News

¡°Condenamos com vigor, mais uma vez, esta violência inaceitável e insuportável, quaisquer que sejam as suas origens, os seus autores ou as justificações apresentadas,¡± afirmaram os bispos no comunicado final da 139.ª sessão ordinária da Conferência Episcopal do Togo (CET), publicado a 30 de Junho e assinado por Dom Benoît Alowonou, Bispo de Kpalimé e presidente da CET.

Os protestos, organizados por movimentos juvenis e plataformas da sociedade civil, surgiram em resposta a uma controversa reforma constitucional que transformou o sistema político togolês de presidencialista para parlamentar, abolindo eleições presidenciais e conferindo plenos poderes executivos ao novo Conselho de Ministros. O cargo passou a ser ocupado por Faure Essozimna Gnassingbé, que liderava o país desde 2005 e agora continua no poder sob esta nova estrutura, sem limitação de mandatos.

O histórico político da família Gnassingbé, que governa Togo desde 1967, é marcado por sucessivos episódios de violência, eleições contestadas e centralização do poder. A recente mudança constitucional, aprovada por uma Assembleia Nacional dominada pelo partido governamental, foi amplamente criticada como uma ¡°manobra institucional¡± para perpetuar o poder.

De acordo com várias organizações cívicas togolesas, pelo menos sete civis foram mortos durante os protestos, cujos corpos foram encontrados em rios nos arredores da capital. Há denúncias de execuções extrajudiciais atribuídas a forças de segurança e milícias associadas ao governo. Apesar disso, as autoridades estatais negaram qualquer envolvimento, atribuindo os acontecimentos a ¡°campanhas de desinformação estrangeiras¡±.

Os bispos lamentaram profundamente a perda de vidas humanas, expressaram solidariedade com as famílias enlutadas e denunciaram também a ¡°violência moral¡± propagada por notícias falsas e manipulações da verdade.

¡°Persistir em ignorar a verdade e fazer os outros acreditarem no falso é uma forma de violência moral que destrói a coesão social,¡± alertaram os prelados, apelando a todos os actores políticos e institucionais a uma atitude de responsabilidade, contenção e compromisso sincero com o bem comum.

A repressão violenta coincide com a continuação da proibição oficial de manifestações públicas, em vigor desde 2022. A recente detenção e internamento forçado do artista e activista Aamron (Narcisse Essowè Tchalla), figura popular entre a juventude urbana, intensificou ainda mais a tensão social.

Mais de 50 pessoas foram detidas durante os protestos, embora a maioria tenha sido entretanto libertada. A Conferência Episcopal do Togo junta-se agora a diversas vozes nacionais e internacionais que exigem investigações independentes, respeito pelas liberdades fundamentais e a salvaguarda da dignidade de todos os cidadãos togoleses.

Com este apelo, a Igreja reafirma a sua missão profética de ser voz dos que não têm voz e defensora incansável da justiça, da paz e da reconciliação, numa hora difícil para o povo togolês.

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02 julho 2025, 10:53