ÐÓMAPµ¼º½

Busca

Filipe Jorge da Gra?a Andrade - visitando a pequena feira do livro, na edi??o 2025 do Festival de Literatura-Mundo do Sal. Ao lado, a jovem Liliane que tamb¨¦m recitou poesias no Festival. Filipe Jorge da Gra?a Andrade - visitando a pequena feira do livro, na edi??o 2025 do Festival de Literatura-Mundo do Sal. Ao lado, a jovem Liliane que tamb¨¦m recitou poesias no Festival.  

Filipe Andrade - Deus acima de tudo, a Igreja ¨¦ um suporte...

Jovem cabo-verdiano de 16 anos, Filipe Andrade frequenta uma das Escolas que participaram ativamente no 7? Festival de Literatura-Mundo do Sal, onde leu a poesia ¡°Medo¡± da sua autoria. Interessa-se pela m¨²sica e ¨¦ ac¨®lito. ? Vatican News falou do medo na vida dos jovens e do que a Igreja pode representar para eles. Lamenta n?o vir ao Jubileu dos Jovens, em Roma, mas recorda a JMJ Lisboa-2023 com o Papa Francisco. Aos jovens convida a n?o ter medo, mas a arriscar, a ter Deus na propria vida.

Dulce Araújo - Vatican News

Filipe Jorge da Graça Andrade é aluno do Complexo Educativo Manuel António Martins, em Santa Maria, ilha do Sal, uma das três escolas que participaram da 7ª edição do Festival de Literatura-Mundo do Sal, que este ano homenageou a geração dos poetas da luta de libertação. Foi no quadro dos 50 anos das independências nacionais de Angola, Cabo Verde, Moçambique e São Tomé e Príncipe.

Alunos recitam poemas no Festival de Literatura-Mundo do Sal
Alunos recitam poemas no Festival de Literatura-Mundo do Sal

Na abertura do Festival, os alunos leram poesias de poetas emblemáticos dessa época e revelaram um pouco do que aprenderam de líderes da libertação. E nessa sessão marcada pela poesia, para além dos alunos, várias outras pessoas leram poemas não só dos quatro poetas escolhidos - Agostinho Neto (Angola), Onésimo Silveira (Cabo Verde), Noêmia de Sousa (Moçambique), e Alda Espírito Santo (São Tomé e Príncipe) - mas também doutros autores ou de autoria própria. Filipe leu a poesia ¡°Medo¡± da sua autoria. Não se considera um poeta, mas na sequência duma oficina escolar sobre o tema, sentiu-se inspirado e decidiu escrever o poema:

Oiça

Um poema, de certo modo, autobiográfico, mas que reflete a realidade de muitos jovens - disse Filipe ao explicar o que está por trás desse poema que, para ele, é um desabafo...

Oiça

Filipe Andrade não vem ao Jubileu dos Jovens que está prestes a ter início em Roma, onde decorrerá de 28 de julho a 3 de agosto, mas recorda, com emoção, a JMJ Lisboa-2023 com o Papa Francisco.

Oiça

Palavras de Filipe Andrade, recolhidas no dia 26/6/2025 no âmbito do Festival de Literatura-Mundo do Sal,  em que participou como aluno do CEMAM e onde leu a poesia ¡°Medo¡±. As outras duas escolas que participaram do Festival foram a Escola Básica e Secundária Olavo Moniz (EBSOM) e o Colégio Letrinhas. 

Maria Sousa - Aluna do Colégio Letrinhas - Festival Literatura Mundo do Sal
Maria Sousa - Aluna do Colégio Letrinhas - Festival Literatura Mundo do Sal

Recorde-se que o Festival de Literatura-Mundo do Sal é organizado anualmente pela Rosa de Porcelana Editora e pela Câmara Municipal do Sal juntamente com diversas parcerias, entre as quais a Novamonti. 

Jovens na 7ª edição do Festival de Literatura-Mundo do Sal
Jovens na 7ª edição do Festival de Literatura-Mundo do Sal
Oiça a peça completa e partilhe

Texto do poema

Eu tenho medo

Tenho medo de morrer

Tenho medo de não viver por causa do medo da morte

Tenho medo do futuro

Tenho medo do meu passado atrapalhar o meu futuro

Tenho medo

De ouvir que era melhor eu não ter nascido

De ouvir que nunca querias ter me conhecido

De estar a ser enganado e feito de trouxa

De não estar a fazê-la feliz

De não ser suficiente para ela

De no fundo ninguém gostar realmente de mim

De no fim ficar sozinho

De ser abandonado

De estar a forçá-la a ser alguém que ela não quer

De estar a sufocá-la sem perceber

Tenho medo de sentir medo

Pois os meus medos me sufocam

Eles me fazem duvidar 

Dúvidas que não me abandonam

Dúvidas que são minha única certeza 

Dúvidas em que mergulho sem notar

E em que me afogo silenciosamente

Tenho medo de mim

Medo que se transformar em raiva, em ódio 

Ódio por 

Não ter motivos e mesmo assim sentir medo

Ódio por 

Não ter motivos e mesmo assim sentir abandonado

Ódio por 

Ter mil e um defeitos e não conseguir mudá-los

Ódio por não conseguir me tornar naquilo que sempre sonhei

Ódio por 

Sentir-me frustrado, com medo e cheio de dúvidas 

Ódio por ser quem sou

Ódio por sentir medos que se transformam em dúvidas e que geram mais ódio

Ódio desse ciclo vicioso e sem fim

Ódio do medo 

E Medo do Ódio

Obrigado por ter lido este artigo. Se quiser se manter atualizado, assine a nossa newsletter clicando aqui e se inscreva no nosso canal do WhatsApp

25 julho 2025, 12:38