Festival de Literatura-Mundo do Sal - 2025, arranca em breve
Dulce Araújo - Vatican News
Se olharmos para a história da literatura em Cabo Verde, a ilha do Sal não aparece como uma das mais dinâmicas. Razão pela qual os criadores do Festival de Literatura-Mundo, escolheram fazer dela palco desse evento, que tem por objetivo não só consolidar a ilha como centralidade literária em Cabo Verde, mas também promover o debate sobre a Literatura-Mundo - questão de maior equilíbrio entre o Norte e o Sul do mundo, também no que toca aos Cânones Literários e a visibilidade das diversas literaturas.
Criado em 2017 e tendo sido interrompido apenas nos anos da pandemia de Covid-19, o Festival de Literatura-Mundo do Sal foi ideado pelos cofundadores da Rosa de Porcelana Editora (o poeta, Filinto Elísio e a Professora Márcia Souto) é realizado com a parceria da Câmara Municipal do Sal e várias outras parcerias, que Márcia e Filinto ilustram em entrevista à Rádio Vaticano.
Este ano, explicam, para além de homenagear escritores dos países africanos de língua oficial portuguesa que comemoram 50 anos de independência, o Festival leva avante os seus objetivos fundacionais com mesas de debate e reflexão, envolvimento de escolas e visita a lugares como as Salinas de Pedra de Lume que se tornam cenário de recitações literárias.
O Festival não ficará, portanto, apenas no Hotel Belo Horizonte, onde terão lugar as sessões principais, mas andará pela ilha, dando-a a conhecer, de várias formas, às mais de duas dezenas de escritores, professores, investigadores, editores e tradutores convidados. Provêm de várias partes de Cabo Verde e de países como a Alemanha, Angola, Brasil, Itália, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe.
Uma das mesas de reflexão tem a ver, com "As Literaturas de países africanos de língua portuguesa e a Literatura-Mundo". Haverá também uma mesa de análise científica dessas literaturas africanas no seu relacionamento plural com as lutas de libertação.
Não faltará uma pequena Feira do Livro e lançamento de livros, neste Festival que vai acumulando experiência, criando rede e tornando-se cada vez mais rico e dinâmico, ambicionando passar de pequeno/médio, mas importante Festival, a um grande Festival de Literatura-Mundo - rematam os entrevistados evocando a capitalização das experiências destes anos. E deixam o convite a acompanhar de perto esta 7ª edição, concordando com quem considera que da Literatura podem vir chaves para compreender melhor o mundo e contribuir para uma sua construção harmoniosa e pacífica.
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