Portugal. Liga Intensificadora da A??o Mission¨¢ria (LIAM), ¡®Mais e Melhor¡¯ Miss?o
Por Tony Neves, em Fátima, para o Vatican News
Foram dias intensos, marcados pelas más notícias do internamento do Papa Francisco, em ¡®estado crítico¡¯, por quem rezamos ali junto da Senhora de Fátima, a quem o Papa gritou: ¡®Temos Mãe!¡¯. Não faltaram no encontro os elogios rasgados à aposta missionária deste jesuíta argentino. Em homenagem, foi citado e partilhado o artigo do teólogo britânico Eamonn Mulcahy ¡®o que os Espiritanos podem aprender com o coração missionário do Papa Francisco¡¯ onde a Missão segundo Francisco é Encontro, Proclamação, Alegria, Misericórdia e Ternura, Fraternidade e Inclusão, Ecologia Integral e Sinodalidade¡¯.
Hildeberto Maia, primeiro Presidente Nacional, recordou que ¡®a LIAM nasceu como Movimento Missionário de Leigos e foi como tal que ela marcou a Igreja¡¯. O P. José Carlos Coutinho, animador missionário, insistiu na convicção de que não há Missão sem Espiritualidade, porque sem esta não há compromisso. A Missão é sempre um convite a arriscar o avanço para águas mais profundas, abandonando as áreas de conforto e segurança que impedem que se ultrapassem todas as fronteiras que permitem chegar onde Deus nos manda.
Termino por onde o Encontro da LIAM começou: com a intervenção do D. Alexandre Palma, Bispo Auxiliar de Lisboa. Após apresentação de curriculum, este jovem teólogo começou a conferência a sorrir: ¡®disseram muita coisa de mim, mas a página mais gloriosa da minha vida foi a passagem pelos Jovens Sem Fronteiras¡¯. Apresentou sete desafios atuais da Igreja que têm de ser respondidos por todos. O primeiro é cultivar o essencial, pondo o coração a bater sempre ao ritmo da essência do Evangelho. É hoje difícil fazer escolhas e as pessoas estão sempre entaladas entre a herança e a novidade, tornando-se difícil discernir e decidir. Aqui entra uma realidade-chave, a misericórdia que é o 1º andamento da sinfonia do Evangelho!
O segundo desafio, para D. Alexandre, é ¡®uma Espiritualidade com carne¡¯, ou seja, com realismo, que toque e fale na vida concreta das pessoas, que resulte de uma evangelização integral, mas que não transforme a Igreja apenas numa ONG de caridade. A unidade de vida é o 3º desafio. Há que apostar no que realmente importa. É difícil gerar unidade num contexto de tanta diversidade. Disse o Bispo: ¡®temos que fazer o puzzle da nossa vida, fazendo uma bela figura a partir de um amontoado de peças soltas¡¯. O quarto desafio é a construção de uma Igreja mais extrovertida, quer dizer, voltada para fora. Esta é uma forma de testemunhar o Evangelho em todos os ambientes, sabendo nós que temos pessoas e até gerações inteiras que nunca tiveram qualquer contacto com a Igreja. O quinto desafio é aprender a conversar. É difícil este exercício, pois a Igreja habituou-se a ensinar. Hoje tem de saber também escutar e conversar. A dinâmica sinodal só se consolida com bons escutadores!
¡®Refazer os laços¡¯ é o sexto desafio que lança uma pergunta a que é urgente responder: ¡®como ser fermento na massa numa sociedade com muitos laços rompidos ou desatados?¡¯. Finalmente, há que re-inculturar o Evangelho. É verdade ¨C lembrou o Bispo teólogo ¨C que os missionários trouxeram muito o tema da inculturação para a agenda da Igreja. Só que o contexto mudou e a questão é de difícil resposta: ¡®Como voltamos a tornar o Evangelho cultura?¡¯.
É sempre uma alegria e um tempo inspirado visitar Fátima e encontrar líderes da LIAM, mesmo quando a chuva e o frio convidam mais a ficar portas adentro. Este Movimento Missionário laical nasceu em Fátima em 1937 e muitos dos seus eventos mais marcantes é ali que acontecem. Maria foi apresentada como a missionária exemplar, uma mulher ousada, aberta, sempre em saída: foi visitar a prima Isabel, deu à luz em Belém, experimentou o exílio no Egito e, de regresso à terra natal, vemo-la no Templo, nas Bodas de Caná, junto à Cruz e, com os Discípulos, na manhã de Pentecostes.
As periferias e margens da história são os lugares preferidos da Mãe que, como ainda ecoa nos nossos corações o tema das Jornadas Mundiais da Juventude (Lisboa 2023), ¡®levantou-se e partiu apressadamente¡¯!(Lc 1,39).
O Hino da LIAM, tantas vezes cantado neste e em todos os Encontros, explica tudo no seu refrão: ¡®Sempre atuando, Mais e Melhor, damos ao mundo Verdade e Amor!¡¯.
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