¡°Pr¨ªncipe da Paz, dai-nos a paz!¡± - Mensagem da CEM pelo Natal
Dulce Araújo - Vatican News
A colaboração de todos na construção da paz é, de facto, o pano de fundo desta mensagem em que a CEM recorda, antes de mais, o significado do Natal de Cristo, celebração que ¡°é para os moçambicanos crentes e não crentes, o dia da Família.¡± Para os cristãos, Jesus é a Palavra de Deus, e veio para enriquecer, com a sua divindade, os homens e as mulheres de todos os tempos. ¡°Deus cheio de ternura pela humanidade manifesta todo o seu amor e convida-nos a confiar n¡¯Ele.¡±
Paz entre os moçambicanos
Nestas atitudes - escreve a CEM - ¡°nos é dado contemplar a glória de Deus e a paz entre os homens¡±. Um convite, portanto, a dar ¡°glória a Deus e a construir, com Cristo, a paz na terra, a paz nos corações, a paz entre homens, e a paz entre os moçambicanos.¡±
¡°Preparemo-nos, pois, também nós, para celebrar a paz com Cristo, o Príncipe da Paz¡± - exortam os bispos aos seus compatriotas.
A CEM recorda depois que 2025 é o ano do grande jubileu da Igreja católica, e é também o jubileu dos 50 anos da independência de Moçambique.
¡°Que estas celebrações nos levem a consolidar a paz e a harmonia entre nós¡±, pois - escreve sempre na segunda pessoa do plural - ¡°a paz que Cristo trouxe não permite que nos desviemos para caminhos de discórdia¡±. Incentiva isso sim a ¡°enveredarmos para caminhos de justiça, reconciliação e para criar a cultura do encontro entre irmãos da mesma pátria. Confiemos nos ensinamentos da paz.¡±
À espera dos resultados das eleições
E prosseguem salientando que este tempo de espera e de celebração ¡°coincide com o pronunciamento do Conselho Constitucional no próximo dia 23 de dezembro sobre os resultados das eleições do passado dia 9 de outubro¡±. ¡°Estamos conscientes que os resultados não poderão satisfazer todos os moçambicanos. Mas é nosso desejo que eles tenham como base a verdade eleitoral confirmada por provas verificáveis e credíveis.¡±
E desafiam, entretanto, a porem-se todos estas perguntas:
¡°Qual será a nossa reação diante de um resultado que não corresponda às nossas expectativas e convicções? Como poderá continuar o serviço da necessária governação do país¡±?
Prosseguindo, escrevem:
¡°Independentemente dos resultados, a única via a seguir é a do amor à ¡°Pátria amada¡± baseada no compromisso pela justiça, na construção e consolidação da paz, harmonia e unidade nacional. Usemos toda a nossa criatividade, humildade e inteligência para edificar a paz que não pode deixar de existir entre todos os moçambicanos. Abramo-nos a um diálogo honesto, pondo de lado tudo quanto o pode dificultar ou até inviabilizar. A paz e o bem-estar de Moçambique valem mais do que qualquer interesse pessoal, do partido ou de grupo, sejam eles nacionais ou estrangeiros.¡±
¡°Não cedamos à tentação de enveredar pelo caminho da imposição e da repressão ou da violência e da destruição, pois a imposição e repressão levariam a uma convivência forçada e derrotada, à violência e à destruição, a um país polarizado e empobrecido.¡±
Os bispos veem na Palavra de Deus, se forem feitas próprias e vividas, um recurso para construir uma convivência que ¡°responda aos anseios dos jovens, às necessidades dos moçambicanos empobrecidos, ao desejo de paz de todos nós.¡±
Isto, na ótica da CEM, ajudaria a ¡°renunciar ao luxo de poucos para garantir o necessário a todos; renunciar à acumulação desenfreada e cobiçosa dos bens em favor do desenvolvimento do país; deixar o exercício autocrático do poder para dar espaço a uma governação mais inclusiva que valorize competências e diversidade de opiniões; deixar o desprezo para dar espaço ao respeito, à honestidade, à confiança, ao acolhimento, à solidariedade e à estima recíproca. Portanto, o amor deve encontrar espaço nas nossas escolhas políticas, económicas e sociais para que a nossa pátria seja verdadeiramente amada e seja aberto o caminho da esperança para todos os Moçambicanos.¡±
Os Bispos concluem exprimindo o desejo de que o espírito do Natal entre nas famílias moçambicanas e ilumine as suas deliberações e as escolhas. E terminam formulando votos e oferecendo as suas preces para que o Novo Ano encontre todos comprometidos ¡°na construção de um Moçambique renovado¡± e que ¡°cada cidadão colabore na construção da Paz.¡±&²Ô²ú²õ±è;
Deus abençoe Moçambique
Por fim, fazem suas as palavras da Mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial da Paz que se celebra a 1 de janeiro, Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus: ¡°Que 2025 seja um ano em que a paz cresça e seja procurada com um coração desarmado. Uma paz que vem não apenas com o fim da guerra, mas com o início de um mundo novo¡±, ¡°onde ¡°a justiça e a paz se abracem.¡± ¡°Deus abençoe Moçambique!¡± - remata a mensagem, assinada por Dom Inácio Saure, Bispo de Nampula e Presidente da Conferência Episcopal de Moçambique.
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