Marcelo Panguana - Um outro olhar da literatura
Dulce Araújo - Vatican News
O programa "África em Clave Cultural: personagens e eventos" foi esta semana até Moçambique conhecer o perfil do vencedor do maior prémio literário do país - o Prémio José Craveirinha - atribuído este ano ao escritor, Marcelo Panguana.
Ele deu à estampa a sua primeira obra em 1987. E desde então já produziu mais de uma dúzia de títulos, muito apreciados no país e que se colocam ao lado de obras de uma série de escritores da sua geração que se esforçou por um "perfil literário que fosse nosso" - sublinha, considerando que esse Prémio é para todos eles.
Um Prémio que é, de algum modo, o testemunho da maturação literária de Marcelo Panguana ao longo destes anos todos, assim como também de toda a literatura moçambicana, hoje pujante, embora falte, a seu ver, uma dinâmica igualmente pujante da indústria editorial que leve essa literatura a ultrapassar as fronteiras para ser dada a conhecer a outras áreas do mundo.
Na entrevista, Marcelo fala também da sua mais recente obra, "A Hora Maconde" em que, com sentido de ¡°responsabilidade¡±, revela as vicissitudes existenciais dos tempos da guerra de libertação de Moçambique que o viu lutar do lado oposto.
Fala igualmente da participação, cada vez mais significativa, da mulher na escrita literária em Moçambique e do futuro promissor que isso representa.
Humilde, Marcelo Panguana responde a contragosto ao pedido de uma mensagem no final da entrevista, consciente de que os escritores não são conhecedores de tudo. O seu maior desejo é, contudo, que se continue a escrever no país, que haja mais leitores e que se dê o salto para além-fronteira.
Revela ainda que já tem uma nova obra a caminho, num dos numerosos géneros literários em que escreve.
As dificuldades que podem afetar a vida de um escritor num contexto onde os artistas não são plenamente tidos em conta, não o assustam, assim como não o assusta o "momento conturbado" que Moçambique atravessa. Está confiante de que conseguirão ultrapassar tudo. De resto, afirma, os moçambicanos são um povo sonhador e lutador e uma nova aurora despontará.
Confira tudo na emissão que aqui fica e na qual pode também seguir a crónica do editor, Filinto Elísio (Rosa de Porcelana Editora), assim como parte da entrevista com o Marcelo.
Emissão:
Entrevista na íntegra:
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