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Dulce Araújo - Vatican News

Amílcar Cabral era um homem multifacetado que lutou pela felicidade dos africanos e de toda a humanidade. Foi assassinado com apenas 49 anos de idade, não podendo ver a independência dos seus dois países pelos quais lutou diretamente (a Guiné-Bissau e Cabo Verde) nem o amanhã feliz, livre de injustiças, que sonhava para os filhos e filhas dessa humanidade toda, sem exclusão de ninguém. 

Muitas iniciativas marcaram o dia dos seus 99 anos de nascimento e vão continuar no horizonte do centenário, ocasião propícia para a reelaboração da sua biografia a partir de novos tópicos - sublinha Filinto Elísio. Este poeta, ensaísta e editor (Rosa de Porcelana Editora) centra a sua habitual crónica no aspeto da cultura, fundamental em todo o agir de Amílcar Cabral que Filinto considera ser "um grande património humano e cultural da Humanidade". 

Importa dar a conhecer às crianças e jovens a figura deste grande líder. E foi com esta preocupação que a Fundação Amílcar Cabral, com sede na Cidade da Praia, pediu à jornalista, educadora e escritora infantojuvenil, Marilene Pereira, para elaborar a biografia de Cabral numa linguagem a eles adequada. Surgiu o livro "Eu, Amílcar" com ilustrações de Renato Athayde e prefácio de Iva Cabral, a primogénita de Amílcar.  

Marilene abraçou essa tarefa com honra e determinação até porque é uma grande admiradora de Amílcar Cabral, não tanto pelo que fez, quanto pelo manancial de reflexões e pensamento que deixou - explica em entrevista ao programa "África em Clave Cultural: personagens e eventos", lamentando, todavia, que o sistema educativo em Cabo Verde, não dê o devido lugar ao ensino da História do país.  

Marilene Pereira

Para colher a riqueza da crónica de Filinto Elísio e conhecer melhor os meandros do livro “Eu, Amílcar” ouça diretamente a emissão “África em Clave Cultural”.