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Cimeira de ju¨ªzas africanas, no Vaticano, sobre tr¨¢fico humano

Ju¨ªzes s?o para a sociedade aquilo que os l¨ªderes religiosos, fil¨®sofos e pol¨ªticos s?o para a moral e para a vida politica, mas h¨¢ hoje uma crescente tend¨ºncia a fazer press?o sobre os ju¨ªzes, diluindo a sua fun??o na sociedade. Palavras do Papa Francisco na base do encontro de Juizas africanas e perseguidoras do trafico humano, amanh? no Vaticano.

Dulce Araújo - Cidade do Vaticano

Os juízes  são para a justiça aquilo que os líderes religiosos e os filósofos são para a moralidade; são aquilo que os líderes governamentais e todos os representantes do poder soberano são para a vida política. No entanto, é só através do trabalho dos juízes que a justiça é vista como uma marca da vida na sociedade. Esta percepção precisa de ser revitalizada, pois que há uma crescente tendência a diluir a figura do juiz mediante pressão de governos, de instituições ou mesmo de  cidadãos.

É com este pano de fundo, expresso pelo Papa Francisco,  que inicia no dia 12 de Dezembro, na Casina Pio IV, no Vaticano, uma cimeira de dois dias sobre ¡°As Mulheres Africanas Juízas e Procuradoras do Tráfico Humano e Crime organizado¡±.

A iniciativa é da Academia Pontifícia das Ciências e reúne umas cinquenta protagonistas de dezoito países africanos. De entre elas: Luiza Fernandes, de Angola, Ângela Rodrigues de Cabo Verde  e Vitalina Papadakis, de Moçambique. Os países com o maior número de representantes são a Nigéria, com dez pessoas, Quénia, com seis, Malawi e Marrocos com três cada e assim por diante. O encontro será aberto por D. Marcelo Sanches Sorondo, Chanceler da Academia. Haverá observadoras como a paquistanesa Ayesha Malik, a irmã Eugénia Boneti, da Itália, Ann Claire Williams, dos Estados Unidos, e outros.

Focalizar a atenção sobre a África

Esta cimeira vem na sequência de uma outra realizada em 2017 sobre ¡°Mulheres Juízas no Tráfico Humano e Crime Organizado¡± em que ficou clara a necessidade de focalizar a atenção nos problemas específicos do continente africano ¨C escreve D. Marcelo Sorondo na introdução ao programa do encontro. Ele refere que o Papa Bento XVI e sobretudo o Papa Francisco têm definido e pedido que a escravatura moderna (trabalho forçado, prostituição, tráfico de órgãos) seja considerada um crime contra humanidade.

Erradicar tráfico humano, objectivo 8.7

E a Academia Pontifícia das Ciências sente-se feliz por as Nações Unidas terem incluído isto nos Objectivos do Desenvolvimento Sustentável adoptados em 2015. E que os 193 países membros são obrigados a seguir esse imperativo moral que visa erradicar o mais depressa possível todas as formas modernas de escravatura.

Crime sério contra a humanidade

O Papa Bento XVI e o Papa Francisco definem o tráfico humanos um crime sério contra a humanidade porque as suas vítimas disso sofrem das piores formas de exclusão, ou seja ¡°a globalização da indiferença¡±

Para fazer face a tudo isso, é necessário ¨C escreve D. Marcelo Sorondo -  compreender que esta forma de violência contra a humanidade consiste não apenas em abusos físicos, mas envolve também o espírito da pessoa. Isto resulta em feridas profundas e mais complexas do que as causadas pela violência física.

Estimativas sobre a situação em África

Para efectivar a implementação do imperativo moral expresso no ponto 8.7 dos Objectivo do Desenvolvimento Sustentável ¨C erradicar a escravatura moderna ¨C é preciso, antes de mais ter as melhores estimativas possíveis sobre a amplidão do fenómeno em África e as regiões e lugares mais afectados.

Em segundo lugar é necessário propor modelos e as melhores práticas que possam ser úteis à situação africana.

A cimeira destes dias, no Vaticano, vai debruçar-se sobre tudo isto.

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11 dezembro 2018, 17:45